Áustria protesta contra exclusão na UE
8 de novembro de 2001O chanceler federal da Áustria, Wolfgang Schüssel, protestou hoje, em Bruxelas, contra a exclusão do seu e de outros países de acertos importantes na União Européia. Um encontro como o de domingo passado, em Londres, é inaceitável, porque contradiz os princípios da comunidade de 15 países, disse o chefe de governo austríaco, depois de conversar com o seu colega da Bélgica e presidente da UE, Guy Verhofstadt. Sua posição tem o apoio de todos os outros oito países da UE que não participaram do encontro de cúpula da Grã-Bretanha, França e Alemanha, em Londres. O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, que já tinha protestado contra a minicúpula, também solidarizou-se com Schüssel.
Em Londres, além do anfitrião Tony Blair, reuniram-se primeiramente só o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, e o presidente francês, Jacques Chirac, para discutir questões atuais, como a participação de seus países na luta dos Estados Unidos contra as bases do terrorismo no Afeganistão. Depois de fortes pressões, o primeiro-ministro britânico convidou a Itália, Espanha, Holanda e representantes da UE. Os líderes das três maiores potências européias (britânica, alemã e francesa) já tinham gerado protestos e ciumeiras na última conferência de cúpula da UE, porque tiveram um encontro paralelo.
Schüssel criticou duramente as duas conferências exclusivas dos grandes. "Nós queremos e temos que ser um time", disse o premier austríaco, que já amargou um ostracismo de quase um ano logo depois que assumiu o poder. Por causa da participação do partido do radical de direita Jörg Haider em seu governo, os outros 14 parceiros na UE suspenderam suas relações bilaterais com a Áustria. O chefe de governo austríaco esclareceu que, além do apoio militar dos três grandes à luta antiterror dos Estados Unidos, do qual ele disse não ter nada contra, foram discutidas em Londres questões de interesse da UE, como os preparativos para o futuro do Afeganistão, ajuda humanitária aos afegãos e o conflito no Oriente Médio.
O chanceler austríaco exigiu para todos os membros da UE o direito de opinar sobre esses problemas. "Todos os países-membros têm os mesmos direitos e devem ser tratados em pé de igualdade", disse ele, acrescentando que a comunidade não precisa de pequenos nem de grandes círculos. Schüssel esclareceu que, ao contrário de outros chefes de governo, como o italiano Silvio Berlusconi e o belga Verhofstadt, não se esforçou para ser convidado por Blair para o encontro de domingo à noite. Ele espera que Alemanha, França e Grã-Bretanha não voltem a promover um encontro paralelo na próxima conferência de cúpula da UE em meados de dezembro.