Veja imagens icônicas de Sebastião Salgado
Gênio da fotografia documental respeitado internacionalmente, brasileiro registrou o delicado equilíbrio entre a humanidade e a natureza – e o que acontece quando ele é perdido.
Corrida pelo ouro em Serra Pelada
Em 1986, quando o Brasil ainda caminhava rumo à redemocratização pós-ditadura, Salgado finalmente conseguiu a autorização dos militares para fotografar o garimpo em Serra Pelada, no Pará. A área atraiu milhares que sonhavam em ficar ricos, e a série de fotos de Salgado sobre a "corrida do ouro" rodou o mundo.
Povos originários
Este registro de 2005, parte do projeto "Gênesis" – fruto de oito anos de viagens de Salgado por diversas regiões do planeta –, mostra indígenas Waujá pescando no lagoa Piyulaga, em Mato Grosso. A região é ameaçada por desmatadores.
Modos de vida em extinção
Ao longo de oito anos, Sebastião Salgado visitou 32 países ou regiões do mundo – a pé, de avião, barco ou canoa – e vivenciou temperaturas e situações extremas para registrar as fotos do projeto "Gênesis". Aqui, mulheres da etnia mursi, na Etiópia, fotografadas em 2007. Esse povo é um dos últimos no mundo a ainda usar pratos nos lábios.
Engajamento em defesa do meio ambiente
Com o projeto "Gênesis", Salgado voltou suas lentes para os animais e seus habitats naturais, pela primeira vez. "Espero, com essas fotografias, que as pessoas se aproximem mais do planeta", disse à DW em 2013. O projeto de conservação ambiental dele, Instituto Terra, revitalizou uma área devastada em Aimorés (MG) com o plantio de mais de 2,5 milhões de árvores nativas.
Defesa dos povos indígenas
Salgado também gostava de fotografar povos indígenas. Esta imagem, de uma mulher Yawanawá, foi publicada na obra "Amazônia", fruto de seis anos de viagens por territórios habitados por 12 povos indígenas.
Mulheres Zo'é da aldeia Towari Ypy
Nesta composição de 2009, mulheres da tribo indígena Zo'é usam o urucum para pintar seus corpos. O grupo vivia isolado nas profundezas da floresta amazônica até ser contatado por missionários evangélicos na década de 1980. O contato com homens brancos quase os dizimou, expondo-os a doenças.
Grandes perspectivas
As fotos de paisagens em preto e branco de Salgado às vezes são como pinturas. Esta, de 2010, exibe a grandeza majestosa do Parque Nacional do Grand Canyon, no Arizona, na confluência dos rios Colorado e Little Colorado, em território indígena Navajo, nos Estados Unidos.
Apelo à humanidade
Nos últimos anos de sua carreira, Salgado quis mostrar o que a humanidade perderá se não trabalhar pela proteção do planeta. "Nós dominamos as outras espécies, estamos destruindo. Vai chegar uma hora que não vai ter mais lugar para nós neste planeta. Acho que podíamos fazer um pouco de autocrítica, voltar atrás", disse à DW em 2013.