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Trump anuncia tarifas de 30% para importações de UE e México

Publicado 12 de julho de 2025Última atualização 12 de julho de 2025

Presidente americano afirma que relação comercial com europeus está "longe de ser recíproca". Comissão Europeia afirma que segue buscando acordo, mas que adotará as medidas necessárias para salvaguardar seus interesses.

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Donald Trump fala ao microfone com boné branco com estampa "USA"
Trump enviou cartas informando sobre as taxas às presidentes da Comissão Europeia e do MéxicoFoto: Ricardo B. Brazziell/Austin American-Statesman/AP Photo/picture alliance

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (12/07) novas tarifas de 30% para importações da União Europeia (UE) e do México.

As sobretaxas devem entrar em vigor em 1º de agosto, após semanas de negociações com os aliados comerciais nas quais não foi possível chegar a um acordo.

Cartas foram enviadas à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e à presidente do México, Claudia Sheinbaum, e também postadas pelo presidente americano na sua plataforma Truth Social.

No texto endereçado à presidente da Comissão Europeia, Trump afirma que a carta demonstra a "força e o compromisso" de seu país em manter as relações comerciais com o bloco europeu, apesar dos déficits comerciais registrados pelos EUA.

"Tivemos anos para discutir nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que devemos nos afastar desses déficits comerciais persistentes e prolongados, causados por políticas tarifárias e não tarifárias da União Europeia. Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco", alega Trump na carta.

Qual foi a reação?

Von der Leyen criticou a sobretaxa anunciada por Trump e disse que o bloco europeu seguia comprometido em buscar um acordo para evitar a medida.

"Impor tarifas de 30% sobre exportações da UE provocaria disrupção de cadeias de fornecimento essenciais transatlânticas, para o prejuízo de negócios, consumidores e pacientes dos dois lados do Atlântico", afirmou ela em um comunicado.

"Seguimos dispostos a continuar trabalhando para chegar a um acordo até 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário", acrescentou.

Von der Leyen insistiu que "poucas economias no mundo se equiparam ao nível de abertura e adesão a práticas comerciais justas da União Europeia". "A UE tem priorizado consistentemente uma solução negociada com os EUA, refletindo nosso compromisso com o diálogo, a estabilidade e uma parceria transatlântica construtiva", escreveu. 

A Federação das Indústrias Alemãs (BDI) pediu negociações urgentes para resolver a guerra comercial. "O anúncio do presidente Trump é um sinal de alarme para a indústria em ambos os lados do Atlântico", disse Wolfgang Niedermark, membro do conselho executivo da BDI, em um comunicado.

"A BDI apela ao governo alemão, à Comissão Europeia e ao governo dos EUA para que encontrem soluções rapidamente, por meio de um diálogo objetivo, e evitem uma escalada", acrescentou.

O Ministério da Economia do México afirmou que a adoção de tarifas de 30% era "injusta" e que segue trabalhando para alcançar uma alternativa antes que elas entrem em vigor em 1º de agosto.

Qual é o histórico da sobretaxa para a UE?

No início de abril, Trump já havia anunciado uma tarifa de importação de 20% sobre todos os produtos fabricados na UE, como parte de um extenso conjunto de sobretaxas direcionadas a países com os quais os EUA registram déficit comercial.

Mas, horas após a entrada em vigor das tarifas, Trump as suspendeu até 9 de julho e adotou uma tarifa padrão de 10%, para acalmar os mercados financeiros e dar tempo para as negociações.

Nas semanas seguintes, Trump expressou frustração com as negociações com a UE, e em maio chegou a dizer que adotaria uma tarifa de 50% sobre todos os produtos da UE importados para os EUA, como couros italianos, queijos franceses e eletrônicos alemães.

Atualmente, a UE já enfrenta tarifas de 50% dos EUA sobre suas exportações de aço e alumínio, 25% sobre carros e peças automotivas e 10% sobre a maioria dos outros produtos.

Altas autoridades em Bruxelas afirmaram que o bloco iria retaliar com contramedidas se nenhum acordo fosse feito com os EUA. Entre as possibilidades, estavam tarifas sobre centenas de produtos americanos, como carne bovina, peças automotivas e aviões da Boeing.

Republicano enviou cartas a 25 nações

Com o anúncio deste sábado, subiu para 25 a lista de notificações enviadas pelo republicano a seus parceiros comerciais desde a segunda-feira passada anunciando aumento de tarifas. A sobretaxa anunciada para o Brasil, que passou de 10% para 50%, continua sendo a maior delas.

Na mensagem à presidente do México, Claudia Sheinbaum, Trump disse que as taxas foram estipuladas para "lidar com a crise nacional do fentanil".

"Os Estados Unidos impuseram tarifas ao México para lidar com a crise do fentanil da nossa nação, que é causada, em parte, pela falha do México em deter os cartéis, que são compostos pelas pessoas mais desprezíveis que já caminharam sobre a Terra, ao despejarem essas drogas em nosso país", diz o texto assinado pelo republicano.

md/bl (Reuters, ots)