Segurança contra terror cibernético é tema da Systems

A Federação Alemã das Indústrias de Computadores e Telecomunicações (BITKOM) exigiu maior apoio do Estado no combate aos crimes cibernéticos e para tornar mais seguras as redes de informação e telecomunicações. "Importantes infra-estruturas são controladas por computador e, por isso, estão sujeitas a ataques cibernéticos", advertiu o vice-presidente da BITKOM, Willi Berchtold, nesta segunda-feira, na inauguração da Systems, em Munique, a segunda feira de informática na Alemanha, após a CeBIT, em Hanôver.

"Os Estados Unidos destinaram 30 bilhões de dólares para a segurança das técnicas de informação", lembrou Berchtold, acrescentando que esse também tem de ser um tema central na Alemanha. O setor apóia a introdução da impressão digital na carteira de identidade, como proposto pelo ministro do Interior, Otto Schily, mas sugere que a impressão possa ser disponibilizada em forma digital e armazenada num cartão ID, num chip, por exemplo.

O Estado também teria que apoiar financeiramente a criação de grupos de emergência (Computer Emergency Response Teams, CERTs), disse o vice-presidente da federação, mencionando ainda a criação de uma carreira universitária de segurança em técnicas de informação. No entanto, a discussão dessas medidas deve contrapor a liberdade do ser humano e da iniciativa privada à necessidade estatal de controle, ponderou.

Segurança: um bom negócio - Na Systems de Munique apresentam-se um grande número de firmas que expõem soluções de segurança, um tema que predomina no setor, desde o vírus I love you e os e-mails com anexos perigosos. Não obstante, muitas empresas ainda são vulneráveis em matéria de segurança e mais da metade das firmas alemãs já foram vítima de algum vírus ou ataque cibernético.

Com os ataques terroristas de 11 de setembro e os casos de antraz nos EUA, aumentou o temor de formas cibernéticas de terrorismo. "Especialmente as empresas que trabalham com dinheiro ou informações sensíveis estão nervosas", diz Peter Häufel, que se especializou em defender redes de ataques de hackers. Sua firma, a Internet Security Systems teve seu melhor resultado no último trimestre, enquanto outras firmas do setor queixam-se da queda de lucros ou de prejuízos.

"As nuvens pesadas desembocaram numa tempestade", disse o vice-presidente da BITKOM, descrevendo a situação do setor. No início do mês, a federação abaixou suas previsões de crescimento de 8,7% para 4,6%. O setor deverá faturar este ano 254 bilhões de marcos este ano e conta com um crescimento de 4,9% para 267 bilhões de marcos em 2002.