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Rússia pode travar guerra no espaço, alerta chefe da Otan

12 de abril de 2025

Segundo o secretário-geral da aliança, Moscou estaria cogitando atacar satélites com armas nucleares, contrariando tratado internacional de 1967 que proíbe uso de armas de destruição em massa no espaço.

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O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, durante visita ao Japão em 9 de abril de 2025
"Sabemos que a Rússia está avaliando a possibilidade de posicionar armas atômicas no espaço", disse o chefe da Otan, Mark Rutte, ao jornal alemão "Welt"Foto: David Mareuil/Pool Photo/AP

A Otan, aliança militar do Ocidente, teme que a Rússia comece a travar guerras também no espaço, atacando satélites com armas nucleares. Tal cenário, embora não constituísse uma ameaça direta à Terra, poderia provocar um caos em muitos sistemas cuja operação depende dessa tecnologia.

A informação partiu do secretário-geral da entidade, Mark Rutte, em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag publicada neste sábado (12/04).

"Sabemos de relatos de que a Rússia está avaliando a possibilidade de posicionar armas atômicas no espaço", disse Rutte.

Segundo ele, uma medida dessas significaria, na prática, a violação do Tratado sobre Exploração e Uso do Espaço Cósmico de 1967, do qual a Rússia e os Estados Unidos são signatários. O uso de armas de destruição em massa no espaço seria uma quebra do acordo, que prevê o uso pacífico do cosmos.

Rutte afirmou que a aliança militar está se preparando para tal cenário: "Os aliados da Otan se adaptam aos desafios no espaço, que incluem o compartilhamento de informações de inteligência e a estruturação de centrais de comando espaciais, mas também o desenvolvimento de satélites menores, mais fáceis de manobrar e mais bem protegidos."

O chefe da Otan disse que as atuais capacidades de Moscou no espaço são ultrapassadas e não se comparam às do Ocidente, mas sugeriu que isso poderia mudar com o desenvolvimento de armas nucleares para o espaço.

Rutte frisou que a competição no cosmos se acirrou nos últimos anos – não só na esfera comercial como também de defesa –, tornando-o mais ocupado, perigoso e imprevisível.

Segundo o Welt, a Otan decidiu em 2021 que a cláusula que estabelece o compromisso dos membros da aliança com a defesa uns dos outros também vale para ataques no espaço ou vindos do espaço.

O artigo 5 da Otan diz que um ataque armado a um ou mais de seus membros é considerado um ataque à aliança como um todo. Até hoje, essa cláusula só foi invocada uma única vez, em apoio aos Estados Unidos após o ataque terrorista contra as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001.

Otan vai aumentar vigilância sobre o Ártico

Rutte também afirmou ao Welt que a aliança aumentará sua vigilância por satélite do Polo Norte.

"Vemos como a China e a Rússia usam os novos caminhos marítimos e militarizam partes do Ártico com frequência cada vez maior", disse. "Satélites podem nos ajudar a monitorar movimentações em terra e no mar, e ao mesmo tempo asseguram que nossas tropas tenham uma comunicação segura e resiliente."

ra (dpa, AFP, Reuters)

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