Putin garante abastecimento de petróleo à Alemanha em caso de conflito
28 de setembro de 2001O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu garantir à Alemanha suporte ao sistema nacional de energia em caso de conflito. Moscou está disposto a fornecer petróleo adicional, disse o presidente, nesta quarta-feira no Fórum Teuto-Russo, em Essen, na presença de 350 empresários alemães.
No segundo dia de sua primeira visita à Alemanha como chefe de Estado, Putin tentou angariar mais confiança das firmas alemãs na Rússia para que façam mais investimentos lá.
Putin prometeu mais garantias de proteção ao capital estrangeiro e no processo de liberalização só fez restrições ao setor energético. Não deve haver precipitação nessa área porque provém dela 40% da arrecadação do Estado, avisou. Não seria útil aos russos nem ao Ocidente retalhar o grupo energético Gazprom 50% estatal, disse ele, acrescentando que o seu governo tem de ser muito cauteloso nesse setor.
Entre as melhores condições prometidas pelo presidente russo destacam-se mais segurança jurídica e menos burocracia para investimentos estrangeiros, mudanças na legislação alfandegária e uma legalização definitiva das atividades empresariais.
Com o avanço da implantação da economia de mercado no país sucessor da União Soviética, o registro de uma firma deverá demorar apenas cinco dias, a partir de 2002, segundo Putin. Ele prometeu também efeitos positivos de uma agência central para investimentos.
Gasoduto - O presidente russo elogiou o gasoduto planejado através do Mar Báltico como um excelente exemplo da cooperação econômica teuto-russa. O custo do projeto do consórcio formado pela Gazprom e pela empresa alemã Ruhrgas está avaliado em 5 bilhões de euros. Mais de 1900 firmas na Rússia trabalham com capital alemão e 900 empresas alemães estão representadas no país.
No primeiro dia de sua visita à Alemanha, Putin agradou os políticos com um discurso em alemão fluente, no Parlamento em Berlim. Para os empresários, ele discursou nesta quarta-feira em russo, “porque se trata de problemas econômicos, coisa séria, e não de política”.
O presidente russo iniciou na antiga República Democrática Alemã (RDA) a sua carreira vertiginosa como chefe do serviço secreto soviético KGB, em Dresden.