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Orçamento: União Européia afrouxa os cintos

(sv)8 de outubro de 2002

Ministros das Finanças da UE prorrogam prazo para zeragem de déficits orçamentários dos países da zona do euro. Nada mal para a Alemanha, que além de caixas deficitários registra mais de quatro milhões de desempregados.

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Ministro alemão das Finanças, Hans Eichel, terá que economizar, mesmo após decisãoFoto: dpa

Contrariando a vontade de boa parte dos países "menores", os ministros da zona do euro, reunidos em Luxemburgo, afrouxam os cintos, permitindo aos países com déficit orçamentário dois anos a mais para atingirem as metas do chamado pacto de estabilidade.

Em decisão tomada na noite da última segunda-feira (7), a UE deu um pouco mais de tempo para que Alemanha, França, Itália e Portugal equilibrem suas receitas e despesas públicas. Os quatro países, atuais ovelhas negras do bloco, terão tempo até o ano de 2006 para atingir o equilíbrio fiscal, exigência básica da UE.

Carta azul –

Para isso, terão que reduzir seus déficits orçamentários em 0,5% ao ano, a partir de 2003. A Comissão da UE havia ameaçado a Alemanha com a possibilidade de uma advertência formal – a chamada carta azul. Apesar da prorrogação do prazo, Bruxelas deixa claro que Berlim deverá empreender "esforços substanciais" em prol de um equilíbrio fiscal. "Há um risco considerável em ultrapassar o valor referencial de 3% do PIB", alertou a equipe de ministros reunida em Luxemburgo.

Ceticismo dos pequenos –

Países como Áustria, Holanda, Espanha e Finlândia reagiram com ceticismo à decisão, argumentando que os dois anos a mais oferecidos aos países com orçamentos deficitários apenas prolongam uma decisão que deverá ser tomada de qualquer forma. "Prorrogar o prazo não é um incentivo forte à consolidação do orçamento", observou o ministro holandês das Finanças, Hans Hoogervorst.

Rebeldia francesa –

A França, um dos países de "orçamento rebelde", nega-se, para o desgosto de membros menores da zona do euro, a aceitar a redução gradual de 0,5% ao ano até 2006. Cumprir essa promessa poderia custar a Paris ter que dar adeus às promessas de redução tributária, propagadas por Jacques Chirac durante a campanha eleitoral. O ministro francês das Finanças, Francis Mer, declarou que o país "tem outras prioridades" acima da redução do déficit orçamentário.

Não se precisou, contudo, uma data exata para a consolidação dos orçamentos. "Não se pode definir dados para os países", observou Pedro Solbes, o comissário da UE para assuntos monetários.

Desemprego alemão –

A prorrogação do prazo para o equilíbrio fiscal não deixa de ser uma boa notícia para Berlim, que acaba de amargar nesta terça-feira (8) os dados divulgados pelo Departamento Nacional do Trabalho, apontando taxas de mais de quatro milhões de desempregados. Embora o índice de 9,5% seja pouco menor que o registrado no mês de agosto (9,6%), a mínima redução é creditada às enchentes que assolaram o país e trouxeram um bom volume de empregos temporários na reconstrução das áreas atingidas.