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CriminalidadeEstados Unidos

Morre mulher que denunciou príncipe Andrew por abuso sexual

26 de abril de 2025

Virginia Giuffre, que acusou o príncipe britânico Andrew de abuso sexual, num escândalo que envolveu o bilionário americano Jeffrey Epstein, se suicidou, aos 41 anos, segundo comunicado da família.

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Virginia Giuffre dá entrevista do lado de fora de tribunal em Nova York; há vários microfones de veículos de comunicação à sua frente
Virginia Giuffre foi uma das primeiras vítimas de Jeffrey Epstein a denunciar o esquema e a mostrar sua identidade Foto: Bebeto Matthews/AP/dpa/picture alliance

A advogada Virginia Giuffre, vítima de tráfico sexual por Jeffrey Epstein e uma das vozes mais combativas contra o esquema de abuso comandado pelo bilionário americano, morreu nesta quinta-feira (25/04), em Neergabby, na Austrália, aos 41 anos. Segundo comunicado divulgado por familiares nesta sexta, ela cometeu suicídio.

Nascida em Sacramento, capital do estado da Califórnia (EUA), ela denunciou ter sido "passada como uma bandeja de frutas" quando adolescente para predadores sexuais ricos e poderosos, incluindo o príncipe Andrew da Grã-Bretanha, segundo filho da rainha Elizabeth 2ª e irmão mais novo do rei Charles 3º.

Após denúncia de Giuffre, em 2019, Epstein foi preso por tráfico sexual e conspiração por induzir meninas adolescentes a se prostituirem. Um mês depois, foi encontrado enforcado em sua cela. Sua morte, aos 66 anos, foi considerada suicídio.

"Virginia foi uma brava guerreira na luta contra o abuso e tráfico sexual. Ela era uma luz que ajudou muitos sobreviventes", diz comunicado divulgado pela família. "No final, o preço do abuso foi tão pesado que se tornou insuportável para Virginia carregá-lo."

O depoimento de Giuffre também foi fundamental na investigação que levou à sentença de 20 anos de prisão contra Ghislaine Maxwell. Filha do magnata da mídia britânia Robert Maxwell, ela era braço direito e então namorada de Epstein e foi considerada culpada em cinco acusações relacionadas a tráfico sexual de menores de idade.

"Quero deixar uma coisa bem clara. Jeffrey Epstein é um pedófilo terrível, sem dúvida, mas eu nunca o teria conhecido se não fosse por você", disse Giuffre em comunicado no dia da condenação de Maxwell, em 2021.

Em sua denúncia, Giuffre afirmou que Epstein a forçou a fazer sexo com o príncipe Andrew em pelo menos três ocasiões quando ela tinha 17 anos, e ele, 41. Ela teria recebido em troca 15 mil dólares.

Foto mostra príncipe Andrew e Virginia Giuffre abraçados, e Ghislaine Maxwell rindo ao fundo
Foto em que que Andrew e Virginia Giuffre estão abraçados, e ao fundo, rindo para a câmera, está Ghislaine Maxwell, foi uma das provas do esquema de tráfico sexualFoto: US District Court/Southern District of New York/SDNY/AFP

Apesar de ter colocado panos quentes no assunto, o Palácio de Buckingham destituiu Andrew de seus deveres militares e de seu título real. Posteriormente, ele reconheceu que Epstein "traficou inúmeras meninas durante muitos anos".

"Ela [Giuffre] foi coagida por ameaças expressas ou implícitas, por Epstein, Maxwell e/ou príncipe Andrew, a ter relações sexuais com o príncipe Andrew, e temia a morte ou lesões físicas, para ela mesma ou para outra pessoa, e outras repercussões por desobedecer Epstein, Maxwell e príncipe Andrew por suas conexões poderosas, riqueza e autoridade", dizia a denúncia, que incluía uma foto do membro da família real britânica abraçando Giuffre enquanto Maxwell sorria para a câmera no fundo da imagem.

No fim de março, Giuffre escreveu um post no Instagram dizendo que estava a dias de morrer de insuficiência renal depois de ter sido ferida em um acidente com um ônibus escolar, mas não há informações se esse incidente teve relação com a sua morte.

sf (EFE, Lusa, ots)