Espanha pede ajuda à UE para conter onda de imigrantes ilegais
29 de agosto de 2006A vice-premiê espanhola, Maria Teresa Fernandez de la Vega, esteve em Bruxelas nesta terça-feira (29/08) para solicitar maior apoio da União Européia (UE) à contenção da onda de imigrantes clandestinos que tentam chegar ao bloco através das Ilhas Canárias.
Com essa ofensiva diplomática, Madri pretende chamar a atenção de Bruxelas para a responsabilidade da UE em relação ao problema dos refugiados. "Pessoas que chegam aos nossos litorais também estão chegando à Europa", disse De la Vega antes de um encontro com representantes do governo da Finlândia, país que ocupa a presidência semestral da UE.
Nesta quarta-feira, a vice-primeira-ministra espanhola pretende expor a gravidade da situação ao presidente da Comissão Executiva da União Européia, o português José Manuel Barroso.
Desde o início do ano, chegaram ilegalmente às Ilhas Canárias cerca de 18.800 africanos, o que corresponde a quase quatro vezes mais do que o total de todo o ano de 2005. Segundo dados oficiais, 590 refugiados teriam morrido na tentativa de travessia do mar. Já organizações não governamentais estimam esse número em 3 mil.
Na tentativa de conter a imigração ilegal, a União Européia criou no início de agosto a Agência Européia de Fronteiras (Frontex). Dez países da União Européia prometeram participar com o envio de dez navios de patrulha e 15 helicópteros. Em junho último, a Alemanha prontificou-se a colaborar, enviando 12 policiais de fronteira.
Peritos em apoio ao desenvolvimento, no entanto, não acreditam na eficácia do controle marítimo. Para eliminar o problema pela raiz, a Europa deveria cooperar com a África com a meta de combater a miséria naquele continente, afirma Rickard Sandell, do Real Instituto Elcano de Estudos Internacionais e Estratégicos de Madri.
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