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Eduardo Bolsonaro cogita se licenciar e permanecer nos EUA

Publicado 19 de março de 2025Última atualização 19 de março de 2025

Deputado federal afirma que vai pedir asilo nos EUA. Ele se diz perseguido pelo STF, embora não seja alvo de nenhuma acusação e a PGR tenha rejeitado pedido para apreensão de seu passaporte.

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Deputado federal Eduardo Bolsonaro
"Devo fazer um pedido de asilo político ao governo dos Estados Unidos", disse Eduardo BolsonaroFoto: Getty Images/AFP/G. Cohen-Magen

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou que vai se licenciar do mandato parlamentar, ao menos temporariamente, para permanecer nos Estados Unidos, onde pretende pedir asilo político.

Em suas redes sociais e a veículos de imprensa, ele afirmou que vai entrar com o pedido de licença não remunerada do cargo, o que pode se estender por até quatro meses. Ele está nos EUA desde 27 de fevereiro e não tem data para retornar. 

Ele alega ter tomado a decisão diante do que definiu como cenário de perseguição à direita no Brasil por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator da denúncia de trama golpista que envolve o ex-presidente Bolsonaro. Eduardo não está entre os investigados.

"Eu vim passar o Carnaval nos Estados Unidos e voltaria para o Brasil hoje [terça-feira]. Quando eu estava vindo, os deputados do PT mandaram para a PGR [Procuradoria-Geral da República] a representação pedindo o meu passaporte e a prisão preventiva do Paulo Figueiredo [influenciador de direita]. No dia seguinte, o Alexandre de Moraes puxou para ele o processo", disse à Folha de S.Paulo

No entanto, Moraes rejeitou o pedido do PT de investigação e de apreensão do passaporte do político, feito sob a alegação de que ele tem usado suas viagens internacionais para instigar políticos americanos contra o STF. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se manifestou contra o pedido do PT.

"Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos", alegou Eduardo Bolsonaro.

Comissão de Relações Exteriores da Câmara

Para tanto, o deputado disse que irá abrir mão da presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, indicação que caberá ao seu partido, o PL, dono da maior bancada na casa. "Mais vale estar aqui. Nada me impediria de não perder o passaporte", disse à Folha

Porém, segundo o blog da Natuza Nery no G1, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, teria barrado a indicação de Eduardo Bolsonaro para a comissão. O deputado teria sido informado da decisão no domingo, após a avaliação de que a indicação de Eduardo só aumentaria a tensão com o STF e prejudicaria o partido e Jair Bolsonaro. Valdemar Costa Neto negou ter vetado a indicação.

Questionado pelo jornal sobre a postura do governo de Donald Trump de vetar a possibilidade de imigrantes pedirem asilo e aguardarem no país, ele avaliou que a sua situação é diferente porque entrou de maneira legal. "Estou avaliando as opções com o advogado."

rc/sf/cn (ots)