Destaques do Festival de Veneza de 2021
Na 78ª edição da mostra cinematográfica, 21 filmes concorrem ao Leão de Ouro, incluindo produções de Almodóvar e Maggie Gyllenhaal. Brasil está representado em circuitos alternativos.
Sob o marco da pandemia
A 78ª edição do Festival de Cinema de Veneza vai de 1º a 11 de setembro de 2021. O festival é organizado pela Bienal de Veneza, que também é responsável pelas bienais de arquitetura e de arte, que acontecem em anos alternados. Devido à pandemia de covid-19, há rígidas regras sanitárias no festival deste ano, e os ingressos devem ser reservados pela internet.
Lido, o local do festival
Um total de 59 países estão representados no festival este ano. O Leão de Ouro é disputado por 21 produções. O diretor do festival, Alberto Barbera, já elogiou a alta qualidade dos participantes, considerando que "a pandemia parece ter estimulado a criatividade". Enquanto no ano passado, oito diretoras apresentaram seus filmes na competição, em 2021 são apenas cinco mulheres.
Júri famoso
O júri de sete membros é composto por quatro mulheres e três homens, liderados pelo ganhador do Oscar em 2020, Bong Joon-ho ("Parasita"). Chloé Zhao, também membro do júri, ganhou o Leão de Ouro em Veneza em 2020 com "Nomadland". No Oscar de 2021, ela recebeu os prêmios de Melhor Diretora e Melhor Filme.
"Mães Paralelas"
"Mães Paralelas", de Pedro Almodóvar, abre o festival neste dia 1º e também concorre ao Leão de Ouro. Duas mulheres dão à luz um filho no mesmo dia, e suas vidas correm em paralelo nos primeiros dois anos de vida dos bebês. Fazem parte do elenco Penélope Cruz, Aitana Sánchez-Gijón, Julieta Serrano e Rossy De Palma, que já atuaram em obras anteriores de Almodóvar.
"Spencer"
O sucesso da série "The Crown", da Netflix, provou o quão popular é a realeza britânica. Talvez "Spencer" possa se beneficiar disso na competição em Veneza: Spencer era o sobrenome de solteira de Lady Di. Em 1991, durante as férias de Natal com a família real, ela decidiu se separar do príncipe Charles. O papel principal da coprodução teuto-britânica é interpretado por Kristen Stewart.
"A filha perdida"
A atriz Maggie Gyllenhaal faz sua estreia como diretora e roteirista com a adaptação cinematográfica do romance de Elena Ferrante "Uma Mulher na Escuridão". A ganhadora do Oscar Olivia Colman interpreta a personagem principal, Leda, que passa dias na praia observando uma mãe e sua filha, o que a faz recordar dos tempos em que suas filhas, agora adultas, eram pequenas.
"Duelo final"
Exibido fora da competição, o primeiro filme de Ridley Scott desde 2017 é baseado em uma história real do século 14, mas dificilmente poderia ser mais atual na era do #MeToo: a esposa de um cavaleiro afirma ter sido estuprada pelo melhor amigo dele. E acontece o último duelo legal na França. O roteiro foi escrito pelo ator principal, Matt Damon, com Ben Affleck.
"Reflection"
O diretor ucraniano Valentyn Vasyanovych vai apresentar seu filme "Reflection", em que um cirurgião ucraniano é capturado pelas forças russas na zona de conflito no leste da Ucrânia e experimenta humilhação e violência. Em 2019, Vasyanovych recebeu em Veneza o Prêmio Horizontes por "Atlântida". Desta vez, ele tem chances de levar o Leão de Ouro.
"Becoming Led Zeppelin"
Fora da competição, será exibido o documentário "Becoming Led Zeppelin", que reconta a história da banda de rock - desde shows em pequenos clubes ingleses até seu status como uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, criando sucessos atemporais como "Stairway to Heaven". O diretor Bernard MacMahon utilizou, entre outras coisas, mais de 70 mil imagens de arquivo restauradas a mão.
Homenagem a Jamie Lee Curtis
Por causa de suas aparições em numerosos filmes de terror, Jamie Lee Curtis chegou a ser conhecida como a "rainha dos gritos" nos anos 1970. Em seu filme recente "Halloween Kills" ela tem que lutar contra o psicopata assassino em série Michael Myers. O filme será exibido em Veneza fora de competição, e Jamie Lee Curtis vai ganhar o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra.
Roberto Benigni
O italiano Roberto Benigni ("A Vida é Bela") reúne comédia, exuberância, tristeza e ironia em seus filmes. Ele também será homenageado no Festival de Veneza pelo conjunto de sua obra. Seus trabalhos são caracterizados pela inovação e desrespeito às regras e tradições, argumentou Alberto Barbera, diretor do festival, explicando a decisão.
Brasileiros no festival
Depois de receber o prêmio de melhor documentário por "Babenco" no Festival de Veneza de 2019, a cineasta Bárbara Paz volta ao evento com o curta "Ato", na seleção Orizzonti Short Films. O longa "7 Prisioneiros", dirigido por Alexandre Moratto e estrelado por Rodrigo Santoro, também representará o Brasil no festival, na seleção Orizzonti Extra.