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Ato bolsonarista tem exaltação a Trump e defesa de anistia

3 de agosto de 2025

Em primeira manifestação após tarifaço, apoiadores do ex-presidente elogiaram sanções contra Alexandre de Moraes. Bolsonaro não participou por cumprir medida cautelar, mas mandou mensagem por telefone.

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Michelle Bolsonaro fala em trio elétrico para apoiadores em Belém
Michelle Bolsonaro participou de ato em Belém. Ex-presidente está proibido pelo STF de sair de casa nos finais de semanaFoto: Marx Vasconcelos/REUTERS

Apoiadores de Jair Bolsonaro realizaram atos simultâneos em diferentes capitais brasileiras neste domingo (03/08). Os manifestantes carregaram faixas pedindo anistia aos condenados por atos golpistas  medida que beneficiaria o ex-presidente  e atacaram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Sob o mote "Reaja, Brasil", esta foi a primeira manifestação organizada por apoiadores de Bolsonaro desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sobretaxas a produtos brasileiros e sanções contra Alexandre de Moraes.

O ato foi convocado por aliados do ex-presidente, que buscam ampliar a pressão para que uma "anistia irrestrita" seja aprovada no Congresso. A resistência dos presidentes da Câmara e do Senado em pautarem a proposta levou o deputado federal Eduardo Bolsonaro a sugerir que ambos também poderiam ser sancionados por Trump.

Agradecimentos a Trump e bandeira americana 

Em capitais como Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Belém e Rio de Janeiro, apoiadores exaltaram o presidente americano por acionar a Lei Magnitsky contra Moraes, que impede o ministro de realizar operações financeiras nos EUA. Na capital cariora, era possível ver bandeiras dos EUA, além de faixas com os dizeres "Brasil acima do STF".

Na capital paulista, o evento ocupou cerca de três quadras da Avenida Paulista, participação reduzida em comparação a atos anteriores em defesa de Bolsonaro, como o de fevereiro de 2024.

Apoiador do ex-presidente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não compareceu devido à realização de um procedimento médico na mesma data. Defensores mais ferrenhos de Bolsonaro criticam a postura do governador por evitar um posicionamento mais vocal pró-anistia.

Apoiadores de Bolsonaro levantam cartazes e bandeiras do Brasil
Apoiadores exaltaram Donald Trump e voltaram a atacar Alexandre de MoraesFoto: Mauro Pimentel/AFP/Getty Images

Bolsonaro cumpre medida cautelar 

Bolsonaro não pôde participar dos atos porque cumpre medida cautelar que o impede de sair de casa nos finais de semana. Também está proibido de fazer publicações em suas redes sociais ou nas de terceiros.

Moraes determinou que o ex-presidente utilize tornozeleira eletrônica por suspeita de obstrução da Justiça, em razão de sua atuação e de Eduardo Bolsonaro para tentar frear a ação penal em que é réu no STF por tentativa de golpe de Estado.

Um vídeo de Bolsonaro, porém, foi publicado nas redes sociais do senador Flávio Bolsonaro. Nele, o ex-presidente aparece em casa, segurando um celular, e faz um breve comentário aos apoiadores reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro. "Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos, é pela nossa liberdade. Estamos juntos", disse por meio de uma ligação com o senador, transmitida ao vivo para os presentes. 

Michelle mira Lula em discurso

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi escalada para discursar na capital paraense, onde cumpria agenda partidária, e pediu fim da censura no Brasil. 

"Uma diplomacia nanica, provocando os Estados Unidos, desrespeitando a autoridade do presidente Trump, dizendo que ele é um nazista, fascista e quer ser o dono do mundo. As consequências chegam", afirmou, em referência aos embates entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano.

Lula descarta desafiar EUA

Em convenção do PT, em Brasília, neste domingo, Lula descartou desafiar os EUA de forma prolongada. 

"Tenho limite de briga com o governo americano. Não posso falar tudo o que eu acho que posso. Tenho que falar o que é possível", disse. 

“Eles são um país muito grande, o mais bélico, com mais tecnologia, a maior economia. Tudo isso é muito importante. Mas queremos ser respeitados pelo nosso tamanho", continuou. 

O presidente também argumentou que não abrirá mão de apoiar a construção de uma moeda alternativa ao dólar no comércio internacional. "Eu não preciso ficar subordinado ao dólar”, afirmou. Em julho, Trump chegou a ameaçar sancionar países do Brics pela proposta de contornar o dólar nas transações financeiras. 

gq (Agência Brasil, OTS)