As "palavras do ano" na Alemanha ao longo da última década
Desde 1977, a Sociedade para Língua Alemã seleciona a Palavra do Ano, um termo ou expressão que reflete um tema da atualidade e se distingue pelo seu significado e sua qualidade linguística. Veja as dos últimos anos.
2021: "Quebra-mar"
"Wellenbrecher" (quebra-mar ou, literalmente, quebra-ondas) é a Palavra do Ano de 2021. O termo, que geralmente define um paredão que oferece proteção contra o impacto das ondas do mar, ganhou novo significado na pandemia de covid-19. A palavra passou a ser usada para se referir a medidas adotadas para proteger a população e interromper ondas da doença.
2020: "Pandemia de coronavírus"
Nenhuma outra palavra definiria melhor o ano de 2020. O coronavírus, que surgiu pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan no final de 2019, se espalhou rapidamente pelo mundo. A epidemia se transformou em pandemia global que resultou em milhões de mortos em todo mundo.
2019: "Aposentadoria de respeito"
O novo termo, criado a partir das palavras "Respekt", respeito, e "Rente", aposentadoria, referiu-se à introdução de uma aposentadoria de base para quem contribuiu para a previdência social por pelo menos 35 anos, mas cuja pensão ainda é inferior ao nível de subsistência. Segundo o júri, a palavra não se destaca só por questões linguísticas, mas também no debate político.
2018: "Era quente"
O verão europeu de 2018 foi marcado pelo calor e pela seca. Como a Palavra do Ano 2018, "Heisszeit" (era quente) também indica a dimensão da mudança climática. Portanto, não surpreende que o termo "era quente" seja uma analogia para "era do gelo". O verão de 2003 já havia sido extremo, e o de 2019 também foi mais quente do que a média.
2017: "Fim da Jamaica"
A negociação entre três partidos alemães para formar uma coalizão de governo durou semanas, mas fracassaram. O nome "coalizão Jamaica" se deve às cores dos partidos: CDU (preto), liberais (amarelo) e Verdes, as mesmas da bandeira da Jamaica. Mas a palavra não tem apenas o sentido político, explicou o júri, também é linguisticamente interessante porque a pronúncia de Jamaica foi germanizada.
2016: "Pós-verdade"
"Postfaktisch", equivalente a pós-verdade, é empregado para descrever uma cultura política baseada sobretudo em paixões e impressões pessoais, em detrimento dos fatos, e com fins de manipulação. Durante a campanha eleitoral de Donald Trump à presidência dos EUA, em 2016, a palavra "pós-verdade" foi usada repetidamente em conexão com a disseminação de fake news.
2015: "Refugiados"
A crise migratória sem dúvida marcou o ano de 2015, por isso linguistas da Sociedade para Língua Alemã (GfDS) escolheram "refugiados" ("flüchtlinge") como a Palavra do Ano de 2015.
2014: "Fronteira de luzes"
O termo vencedor em 2014 foi surpreendente: o júri escolheu "Lichtgrenze" ("fronteira de luzes"), em referência a uma instalação feita em Berlim em comemoração aos 25 anos da queda do Muro de Berlim.
2013: "GroKo"
O termo "GroKo" vem de GROsse KOalition e significa "grande coalizão", referindo-se ao governo formado pelos partidos CDU/CSU e SPD, os maiores da Alemanha. Em sua alusão a "Kroko", a abreviação de "crocodilo", também mostra uma atitude zombeteira, de acordo com o júri. Na foto, a chanceler federal Angela Merkel (CDU), e seu vice na época, Sigmar Gabriel (SPD).
2012: "Rotina de salvamento"
A palavra "Rettungsroutine" (rotina de salvamento) marcou o ano devido aos vários pacotes de ajuda para salvar países da União Europeia da falência. A palavra reflete a situação econômica instável da Europa e descreve as inúmeras medidas recorrentes para estabilizá-la, disse o júri.
2011: "Teste de estresse"
A palavra "Stresstest" (teste de estresse) expressou da melhor forma o espírito do ano e até mesmo passou a ser usada na linguagem cotidiana, argumentou o júri. O "teste de estresse" foi aplicado em bancos, estações ferroviárias, governos e usinas de energia nuclear para verificar sua resistência e desempenho em situações fictícias extremas.
2010: "Cidadãos furiosos"
"Wutbürger" (cidadãos furiosos), foi a Palavra do Ano na Alemanha em 2010. Segundo o júri, o termo expressa a indignação de que decisões políticas sejam tomadas desconsiderando os interesses da população: "A palavra documenta uma grande necessidade entre os cidadãos de poder se manifestar sobre projetos social e politicamente relevantes".