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Apoiadores de Navalny se arriscam em homenagens ao opositor

16 de fevereiro de 2025

Eventos em várias cidades marcam 1º aniversário da morte ainda não esclarecida de líder da oposição russa e desafeto de Putin. Apesar clima de repressão e do frio, centenas de pessoas se reúnem em seu túmulo em Moscou.

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Pessoas colocam flores sobre o túmulo de Navaynly em Moscou
Ao menos 1.500 pessoas foram ao cemitério em Moscou arriscando se tornarem alvos de represálias para prestar homenagens a Navalny.Foto: AP/dpa/picture alliance

Apesar do forte clima de repressão à oposição na Rússia, apoiadores de Alexei Navalny visitaram seu túmulo em Moscou neste domingo (16/05), no primeiro aniversário da morte do líder da oposição russa em uma colônia penal no Círculo Polar Ártico.

Ao menos 1.500 pessoas foram ao cemitério Borisovskoye em Moscou arriscando se tornarem alvos de represálias e em desafio às temperaturas congelantes para prestar suas homenagens ao dissidente.

Veículos de mídia independentes relataram que a polícia permitiu a entrada no cemitério, mas filmou os procedimentos. Ativistas de direitos humanos alertaram sobre o risco de prisão pelo fato de a Fundação Anticorrupção, a entidade fundada por Navalny, ser classificada como "extremista" e proibida na Rússia.

Entre os que participaram das homenagens estavam diplomatas estrangeiros, incluindo os embaixadores da União Europeia (UE), Roland Galharague, e dos EUA, Lynne Tracy,

Navalny atrás de grades em um tela de televisão durante julgamento
Navalny morreu as 47 anos após ser transferido para prisão no Círculo Polar Ártico. As circunstâncias ainda não foram esclarecidas.Foto: Vladimir Kondrashov/AP/picture alliance

Eventos em memória de Navalny também ocorreram em outras cidades russas, incluindo São Petersburgo e Yekaterinburg, segundo relatos na imprensa. Em Novosibirsk, na Sibéria, ao menos cinco pessoas foram presas durante as homenagens, denunciou a ONG de direitos civis OWD-Info.

A equipe de Navalny realiza neste domingo uma transmissão ao vivo com amigos e pessoas ligadas ao ativista associados se lembrarão de seu trabalho. Também foram planejados eventos que incluem comícios, vigílias e exibições do documentário Navalny.

Yulia Navalnaya organiza homenagens

A viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, organizou uma cerimônia em memória de seu marido na Igreja Memorial Kaiser Wilhelm em Berlim.

Em seu perfil no Instagram ela disse que não havia passado um dia em que não tivesse pensado em Navalny, o consultado mentalmente e também discutido com ele. "Eu te amo muito. Sinto muito a sua falta", postou.

Navalnaya, que mesmo no exílio dá continuidade ao trabalho do marido na oposição, pediu que as pessoas lutassem por uma Rússia livre e pacífica.

Yulia Navalnaya cercada por repórteres em Berlim.
Navalnaya pediu que seus apoiadores lutem por uma Rússia livre e pacíficaFoto: Monika Skolimowska/dpa/picture alliance

Em dezembro, Navalnaya lançou uma competição para a criação de um memorial a ser erguido no túmulo do marido em Moscou. Após ela receber centenas de submissões, o projeto final deve ser revelado neste domingo.

Em mensagem de vídeo, Navalnaya disse que o monumento não seria apenas um lugar de descanso ou lembrança: "Será um lugar de esperança e força para todos aqueles que acreditam em seus princípios e sonham com uma Rússia linda no futuro."

Morte ainda não esclarecida

Um dos oponentes mais proeminentes do presidente Vladimir Putin, Navalny foi envenenado em 2020 antes das eleições regionais na Sibéria. Ele foi levado para a Alemanha para receber tratamento médico em um hospital de Berlim, onde foi constatado envenenamento por um agente nervoso.

Uma vez recuperado, ele retornou à Rússia e foi imediatamente preso por acusações relacionadas a uma falha anterior em se reportar às autoridades.

Um tribunal o sentenciou a nove anos de prisão por acusações de fraude e insulto a um juiz. Outro julgamento por uma acusação de extremismo, que Navalny chamou de motivada politicamente, aumentou sua sentença para 19 anos.

Navalny acabou sento transferido para uma colônia penal no Círculo Polar Ártico, onde morreu aos 47 anos em circunstâncias ainda não esclarecidas.

rc (AFP, DPA)