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MigraçãoAlemanha

Alemanha suspende acolhida de refugiados por programa da ONU

8 de abril de 2025

Medida de caráter temporário foi atribuída à negociação para formar nova coalizão de governo em Berlim. Esquema do Acnur visa reassentar pessoas mais vulneráveis.

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Crianças andam perto de tendas brancas e roupas penduradas em árvores
Campo de refugiados sírios na Turquia: crianças e doentes são beneficiários do programa do AcnurFoto: OZAN KOSE/AFP

O governo alemão decidiu suspender temporariamente a acolhida de refugiados mais vulneráveis que eram aceitos ​​sob um programa de reassentamento das Nações Unidas.

O Ministério do Interior alemão e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) confirmaram nesta terça-feira (08/04) que nenhuma nova solicitação de reassentamento está sendo aprovada atualmente. A decisão é atribuída às negociações em curso para formação de uma nova coalizão de governo em Berlim.

Através do programa são acolhidas pessoas cujas condições tornam particularmente difícil a permanência em um campo de refugiados. Esse é o caso, por exemplo, de menores ou pessoas doentes.

Postura mais dura para imigração

O próximo governo alemão deve assumir uma postura mais dura em relação à imigração, que foi uma questão central na campanha para a eleição parlamentar de fevereiro.

Em rascunho para o contrato de coalizão, os possíveis futuros parceiros – a União Democrata Cristã (CDU) de Friedrich Merz, a União Social Cristã (CSU) e o Partido Social Democrata (SPD) – já concordaram em encerrar os programas de admissão voluntária sempre que possível.

A Alemanha tinha se comprometido a acolher, em 2024 e 2025, um total de 13,1 mil pessoas, principalmente que se encontram em campos de refugiados na Turquia, Egito, Jordânia e Quênia, assim como refugiados da Líbia que estão em Ruanda. Desde o início de 2024, 5.061 pessoas particularmente vulneráveis chegaram na Alemanha através do programa do Acnur, o qual é apoiado pela Comissão Europeia.

Isso inclui admissões humanitárias de refugiados sírios da Turquia, com as quais a UE concordou em 2016.

Cerca de 5 mil refugiados por ano

No entanto, o governo comunicou à Acnur que apenas os casos em que os procedimentos já estão em estágio avançado ainda serão autorizados.

Antes de serem acolhidos, os refugiados passam por entrevistas prévias in loco com funcionários do governo alemão e verificações de segurança. Os selecionados não precisam dar entrada em um processo de asilo e recebem um visto de permanência com duração de três anos, com possibilidade de extensão em caso de integração bem-sucedida.

Desde que aderiu ao esquema, em 2012, a Alemanha acolheu cerca de 5 mil refugiados por ano, atrás apenas do Canadá e dos Estados Unidos.

No entanto, a nova administração dos EUA sob o presidente Donald Trump anunciou que deixará de acolher refugiados.

O porta-voz do Acnur, Chris Melzer, disse que espera que a Alemanha retome o esquema de acolhida a refugiados assim que um novo governo assumir.

md/ra (DPA, Reuters, EPD)