A história dos governos de coalizão da Alemanha
Desde a Segunda Guerra, CDU e SPD se alternam no poder por meio de coalizões – entre si, ou incluindo partidos menores como FDP e Verdes.
CDU/CSU - FDP - DP (1949-1961)
Konrad Adenauer, da conservadora União Democrata Cristã (CDU), liderou o primeiro governo democrático da Alemanha Ocidental no pós-Guerra. Junto com o braço bávaro da CDU, a CSU, o Partido Liberal Democrático (FDP) e o Partido Alemão (DP, sigla hoje extinta) formaram a 1° coalizão. Em 1953, o Bloco dos Refugiados e Expatriados assumiu o lugar do DP e, em 1957, a CDU conquistou maioria absoluta
CDU/CSU - FDP (1961-1966)
Após quatro anos governando a Alemanha Ocidental sozinha, a CDU perdeu a maioria no Bundestag e foi forçada a retomar a coalizão com a FDP. Adenauer renunciou em 1963, aos 87 anos, após acumular desfaste no escândalo provocado pela tentativa de censura à revista "Der Spiegel" no ano anterior. Seu Ministro da Economia, Ludwig Erhard (à esquerda), foi eleito pelo parlamento para assumir o cargo.
CDU/CSU - SPD (1966-1969)
Em 1966, Ludwig Erhart foi reeleito e continuou a governar ao lado da FDP, mas a coalizão ruiu no ano seguinte em meio a disputas orçamentárias. Erhart também renunciou e Kurt Kiesinger (à dir.), da CDU, foi escolhido para assumir o cargo. Ele montou um novo governo, agora com o Partido Social Democrata (SPD), de Willy Brandt (à esq.), formando a primeira "grande coalizão".
SPD - FDP (1969 - 1982)
Em 1969, Willy Brandt (à esq.) tornou-se o primeiro chanceler federal do SPD. A CDU/CSU saiu vencedora na eleição parlamentar, mas Brandt fez um acordo com a FDP para garantir uma estreita maioria. Sua política de reapoximação com a Alemanha Oriental o deixou no poder até 1974, quando foi substituído por Helmut Schmidt (à dir.), também do SPD. Schimidt venceu mais duas eleições ao lado da FDP.
CDU/CSU - FDP (1982-1998)
A aliança entre o SPD e o FDP terminou quando as diferenças entre os partidos se tornaram irreconciliáveis. Os liberais novamente mudaram de lado, buscando um acordo com os conservadores. Eles formaram uma nova coalizão CDU/CSU-FDP sob a liderança de Helmut Kohl (foto), da CDU, que permaneceu como chanceler por 16 anos, sempre ao lado da FDP.
CDU - DSU - Despertar Democrático - SPD e mais (1990)
Após a queda do Muro de Berlim, a Alemanha Oriental foi palco de eleições livres pela 1° vez. Uma aliança formada pelo braço oriental da CDU e 2 pequenos partidos, a DSU e o Despertar Democrático, obteve mais de 46% dos votos. Eles formaram coalizão com o SPD oriental e outros 3 partidos. Em outubro de 1990, sob Lothar de Maizière, o governo assinou a reunificação com a Alemanha Ocidental.
SPD - Verdes (1998-2005)
Em 1998, a CDU/CSU perdeu a eleição geral e o candidato do SPD, Gerhard Schröder (à esq.), se tornou chanceler de um governo de centro-esquerda composto com o Partido Verde. Joschka Fischer, dos Verdes, assumiu o Ministério das Relações Exteriores. O mesmo grupo permaneceu no poder até a eleição antecipada de 2005.
CDU/CSU - SPD (2005-2009)
As "grandes coalizões", que envolvem as duas maiores siglas, não são fáceis de serem negociadas. Quando as primeiras pesquisas de boca de urna foram divulgadas em 2005, tanto Schröder, do SPD, quanto Angela Merkel, da CDU, se declararam vencedores. Os conservadores acabaram vitoriosos por apenas 1%. Assim, as duas siglas concordaram em formar um governo conjunto sob o comando de Merkel.
CDU/CSU - FDP (2009-2013)
O experimento da "grande coalizão" terminou em 2009, depois que o SPD obteve decepcionantes 23% nas eleições federais. Os liberais do FDP, por outro lado, obtiveram mais de 14% dos votos, suficiente para dar maioria ao novo governo. Merkel (CDU) e Guido Westerwelle (à esq.), do FDP, formaram uma coalizão com relativa facilidade, instituindo o 11º governo CDU/CSU-FDP da Alemanha.
CDU/CSU - SPD (2013-2021)
Depois de obter mais de 40% dos votos, a CDU não esperava precisar do SPD para formar um governo. Mas seus antigos aliados, o FDP, não conseguiram atingir o limite mínimo para entrar no Bundestag. Merkel pediu à centro-esquerda que se juntasse a ela e "assumisse a responsabilidade de construir um governo estável". Ela fez o mesmo discurso quatro anos depois, em um novo governo com o SPD.
SPD - Verdes - FDP (2021-2024)
Em 2021, Merkel deixou a vida política e os centro-democratas venceram por uma margem apertada. Olaf Scholz conseguiu formar uma coalizão com os Verdes e o FDP, um bloco conhecido como "semáforo". A autodeclarada "coalizão do progresso", porém, foi interrompida antecipadamente devido a brigas internas com os liberais, se tornando o governo menos popular da história da Alemanha.
CDU - SPD (2025-?)
Em 2025, a conservadora União Democrata Cristã e a União Social Cristã (CDU/CSU) assumiram o poder, liderados por Friedrich Merz e reeditando um governo ao lado do SPD. A ascenção da ultradireita e o baixo desempenho eleitoral dos sociais-democratas, porém, faz com que esta não seja uma "grande coalizão". O bloco promete "salvar a economia alemã do declínio".