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ConflitosIsrael

28 países pedem cessar-fogo "imediato" em Gaza

Publicado 21 de julho de 2025Última atualização 22 de julho de 2025

Em declaração conjunta, entre eles o Reino Unido e França, condenam repetidos assassinatos de palestinos que buscam ajuda humanitária e rechaçam ideia de confinar moradores no sul do território.

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Palestinos em deslocamento carregando sacos de ajuda humanitária
Milhares de palestinos foram deslocados desde o início da guerra, e Israel tem plano para confinar população no sulFoto: Jehad Alshrafi/AP/picture alliance

Em uma declaração conjunta publicada nesta segunda-feira (21/07), 28 países do Ocidente afirmaram que o conflito em Gaza "deve acabar agora" e pressionaram o governo israelense a cumprir o direito internacional, rechaçando a proposta de confinar a população em uma "cidade humanitária" no sul do território palestino.

Os seguintes países endossaram o texto: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chipre, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Holanda, Malta, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido.

Para essas nações, o sofrimento de civis no território palestino "atingiu novos patamares". "Instamos as partes e a comunidade internacional a se unirem em um esforço comum para colocar fim a este terrível conflito, por meio de um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente", disse o grupo. "Mais derramamento de sangue não serve a nenhum propósito."

Os signatários acrescentaram que estão "preparados para tomar novas medidas para apoiar um cessar-fogo". Apesar de ter elevado suas críticas a Israel, a Alemanha não assinou o texto.

A declaração classificou como perigoso o controverso esforço humanitário em Gaza apoiado por Israel, afirmando que ele priva os palestinos de "dignidade humana".

Nos últimos meses, relatos de mortes de palestinos enquanto se aglomeravam para buscar alimentos e ajuda humanitária se tornaram quase diários. Segundo as Nações Unidas, 875 pessoas foram mortas enquanto tentavam obter alimento por meio da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), ligada a Israel, até o momento.

"Condenamos o fornecimento de ajuda em conta-gotas e o assassinato desumano de civis, incluindo crianças, que tentam suprir suas necessidades mais básicas de água e alimento", diz o texto.

"A recusa do governo israelense em permitir assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável", acrescentou, pedindo a Israel que "cumpra suas obrigações sob a luz do direito humanitário internacional".

Mulher em luto pela morte de familiar em centro de distribuição de ajuda
Ataques contra centros de distribuição de ajuda se tornaram cada vez mais comuns em GazaFoto: Abed Rahim Khatib/Anadolu/picture alliance

"Deslocamento forçado viola direito internacional"

O comunicado das 25 nações também condenou a ação do Hamas, exigindo a libertação imediata dos reféns detidos em Gaza e observando que um cessar-fogo "oferece a melhor esperança de trazê-los de volta para casa".

Em um recado ao plano de Israel de realocar os habitantes de Gaza e de ampliar a ocupação na Cisjordânia, as nações criticaram medidas "que visam mudanças territoriais ou demográficas nos Territórios Palestinos Ocupados".

O grupo classificou como inaceitável o projeto do governo de Benjamin Netanyahu de confinar os palestinos em uma "cidade humanitária" ao sul do território, proibindo seu retorno às regiões em que viviam antes do início do conflito.

"O deslocamento forçado permanente é uma violação do direito humanitário internacional", alertaram. Críticos avaliam que a proposta israelense é apenas uma etapa para uma posterior expulsão dos habitantes de Gaza a outros países.

Israel, porém, segue em caminho oposto aos pedidos elencados na declaração. Também nesta segunda-feira, por exemplo, o país ampliou sua ofensiva e exigiu a evacuação da população que ocupava uma região antes pouco atingida pelo conflito, pressionando ainda mais os civis a se deslocarem para o sul.

Israel rejeita críticas

Israel rejeita as críticas sobre sua conduta na guerra. O país afirma que suas forças agem de acordo com a lei e culpa o Hamas pelas mortes de civis. O governo de Netanyahu também afirma que permitiu a entrada de comida suficiente para sustentar Gaza e acusa o grupo palestino de desviar parte dessa ajuda. 

Israel e Hamas retomaram negociações por um cessar-fogo, mas não houve avanços claros até o momento.

gq/bl  (AP, AFP)