"África vai dinamizar a Igreja Católica"
25 de abril de 2025O Papa Francisco é sepultado amanhã, em Roma, na Basílica de Santa Maria Maior. São esperadas, no Vaticano, centenas de milhares de pessoas, para o último adeus ao Papa, incluindo, várioschefes de Estado e de Governo africanos.
África é o continente onde a Igreja Católicamais cresce. Tem mais de 281 milhões de crentes. E o desejo do bispo de Pemba, Dom António Juliasse, é que essa tendência se mantenha com o próximo Papa.
"A Igreja Católica tem crescido bastante e, em África, há muita juventude e a Igreja é muito ativa nas celebrações, são sempre celebrações muito festivas", diz em declarações à DW.
É até por isso – pela força do continente, que alberga 20% dos católicos do mundo – que se tem falado na possibilidade de eleição de um Papa africano, no próximo conclave. Um dos nomes avançados é o do cardeal Peter Turkson, do Gana.
Dom António Juliasse não avança palpites. Aponta apenas para a grande responsabilidade do próximo Papa: "Vai guiar a Igreja como Pedro, como pastor, como apóstolo, juntamente com os outros apóstolos."
"África é o futuro"
E mesmo que não seja eleito um Papa africano, a importância de África para a Igreja Católica é inegável.
O Papa Francisco reconheceu isso. Visitou o Quénia, o Uganda e a República Centro-Africana, em 2015, passou pelo Egipto e por Marrocos e, em 2019, esteve em Madagáscar, nas Ilhas Maurícias e em Moçambique.
No Estádio Nacional do Zimpeto, em Maputo, o Papa deixou uma mensagem de paz e união, apelando aos moçambicanos que guardassem a esperança e não deixassem que ninguém a roubasse.
É também com esperança que o padre Lúcio Brentegani, administrador da diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau, olha agora para o futuro da Igreja em África depois da morte do Papa Francisco.
"Com certeza, é o futuro da Igreja Católica, juntamente com a Ásia, porque tem uma população muito jovem, e será esta população que vai dinamizar a Igreja Católica e a sociedade em geral."
Reformas na Igreja
Isso significará, necessariamente, mais mudanças, refere o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, o bispo Dom Belmiro Tchissengueti.
O Papa Francisco promoveu várias reformas: além de indicar mulheres para posições de poder no Vaticano, contribuiu para alguma abertura da Igreja Católica relativamente a homossexuais e divorciados.
A Igreja vive renovando-se, comenta Dom Belmiro Tchissengueti.
"Nós agimos num ambiente humano, num ambiente real, concreto, e a nossa ação tende a incidir naquilo que vemos na realidade vivida", refere.