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Zelensky diz que há cidadãos chineses a combater por Moscovo

11 de abril de 2025

Após ter acusado a Rússia de arrastar a China para a guerra, o Presidente ucraniano garante que "várias centenas" de cidadãos chineses estão a combater pela Rússia.

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Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky
Presidente ucraniano garante que "várias centenas" de cidadãos chineses estão a combater pela Rússia.Foto: Genya Savilov/AFP

"Neste momento, sabemos que pelo menos várias centenas de cidadãos chineses estão a combater com as forças de ocupação russas", disse Zelensky, discursando por vídeo numa reunião de líderes militares dos aliados da Ucrânia, que decorreu, esta sexta-feira (11.04), em Bruxelas na sede da NATO. 

Na sua declaração, o Presidente ucraniano acusou a Rússia de tentar "prolongar a guerra" usando vidas chinesas.

No início desta semana, Volodymyr Zelensky anunciou a captura de dois cidadãos chineses que disse estarem a combater nas fileiras russas na Ucrânia. Mais tarde, estimou o número em pelo menos 155, mas destacou que provavelmente havia "muitos mais".

Pequim e Moscovo negam

Volodymyr Zelensky acusou Pequim de saber que os seus cidadãos estavam a ser recrutados pelo Exército russo, comentários considerados "irresponsáveis" pela China, que se demarcou de qualquer envolvimento no conflito, e o Kremlin  respondeu que as informações do Presidente ucraniano estavam erradas.

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Na sua intervenção, esta sexta-feira (11.04), Zelensky lançou um novo apelo ao nível do armamento e pediu aos seus aliados dez sistemas adicionais de defesa aérea Patriot de fabrico norte-americano.

Os líderes militares reuniram-se hoje no chamado Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, ou também conhecido como "formato Ramstein", que inclui os principais aliados da Ucrânia.

"Peço-lhes que se concentrem, antes de mais, na defesa aérea da Ucrânia. Precisamos muito dela", pediu o Presidente ucraniano, referindo-se ao ataque na sua cidade natal, Kryvyi Rih, no centro do país, onde um míssil russo matou 19 pessoas, incluindo nove crianças, na semana passada.

O líder ucraniano apelou ainda ao Ocidente para avançar com a criação de um contingente militar a destacar para a Ucrânia no caso de cessação das hostilidades, para impedir a Rússia de voltar a atacar o seu país.

"Precisamos de definir detalhes claros sobre o tamanho, estrutura, implantação, logística, apoio, equipamento e armamento deste contingente de segurança na Ucrânia", observou.

Ataque a Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia
Míssil russo matou 19 pessoas em Kryvyi Rih, no centro do país, no início de abrilFoto: Ukrainian Emergency Service/AP/dpa/picture-alliance

A Rússia afastou esta opção no início de março, dizendo que "nenhum acordo" era possível em relação ao envio de tropas europeias de manutenção da paz na Ucrânia.

 O Presidente norte-americano, Donald Trump, diz que quer acabar com a guerra que se tem alastrado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há três anos, e promoveu reuniões indiretas com as partes na Arábia Saudita.

Sobre as negociações tripartidas, Volodymyr Zelensky voltou a criticar a Rússia por rejeitar uma proposta de Washington para um cessar-fogo incondicional e completo "há exatamente um mês".

Donald Trump, apesar da sua aproximação à Rússia, apenas conseguiu obter anuência de Vladimir Putin a uma trégua bastante limitada.

Em março, a Casa Branca anunciou que Kiev e Moscovo acordaram uma moratória sobre os ataques às infraestruturas energéticas, mas desde então ambos os países acusam-se mutuamente de a violar.

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Lusa Agência de notícias