Zambézia: Empresário assume reconstrução de sedes da FRELIMO
15 de março de 2025
O jovem Cambo Marquesa, residente da província da Zambézia, assumiu a reconstrução a custo zero dos comités distritais do partido FRELIMO incendiados nas manifestações pós-eleitorais, que se intensificaram em dezembro do ano passado.
O empresário do ramo da construção civil foi apresentado há alguns dias ao público, em sessão do partido no poder, pelo primeiro secretário da FRELIMO na província. Momade Juízo contabilizou em pelo menos seis as sedes das localidades e distritos destruídas que serão beneficiadas com a requalificação.
"Tivemos as nossas sedes distritais de Ile, Mocuba, Namacurra, Morrumbala e Alto Molocue vandalizadas. Nós, como partido, fizemos um esforço e celebraremos um acordo com uma empresa de arquitetura e o acordo compreenderá um levantamento dos danos e requalificação do nosso património", explicou.
O empresário Cambo Marquesa não quis avançar à DW os pormenores desse acordo com a FRELIMO, mas prometeu dar mais detalhes sobre o assunto em um mês.
Membros da FRELIMO satisfeitos com iniciativa
Lucas Varela, membro da FRELIMO, mostra-se satisfeito com a iniciativa.
"Essa ideia é muito positiva. Quero apoiar este cidadão que tomou esta iniciativa. Os acontecimentos que temos até hoje não são provocados pela FRELIMO. É a oposição que tenta tirar a FRELIMO do lugar", diz.
Para Varela, as manifestações agravaram a pobreza da população na Zambézia.
"Sou pobre, que diariamente luta, nem 100 meticais (cerca de 1,42 euro) consigo por dia. Antes, para mim, a vida estava 'folgada'. Essas confusões de enfrentar alguém, não havia", lamenta.
O analista político Laurindo Verde também vê com bons olhos o anúncio que a FRELIMO fez de reconstruir as suas sedes, mas deixa uma ressalva.
"A reconstrução das sedes torna-se muito importante. É uma mensagem também para a população em geral de que é um partido organizado. Poderíamos até dizer que não é o momento certo, mas também não seria melhor que o partido FRELIMO ficasse em silêncio em relação a este fato. Mas, se é um momento oportuno, não, não é. Porque não se sabe qual é o futuro deste país em relação às manifestações."
As manifestações que culminaram com a destruição de prédios, incluindo sedes distritais da FRELIMO, continuam em alguns pontos da província. Recentemente, houve tumultos no Chinde e mais uma sede do partido foi vítima de vandalização, de acordo com as estruturas administrativas locais.