UE prepara "plano sólido" para responder às tarifas de Trump
1 de abril de 2025Ursula von der Leyen afirmou esta terça-feira (01.04) que espera evitar uma guerra comercial, mas explicou que Bruxelas tem um "plano forte" para responder a quaisquer tarifas impostas por Washington.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, deverá anunciar na quarta-feira (02.04) uma série de taxas sobre as importações de vários países, no que chamou de "Dia da Libertação", para resolver desequilíbrios comerciais supostamente injustos.
Von der Leyen apela à negociação
"O nosso objetivo é uma solução negociada, mas é claro que, se for necessário, protegeremos os nossos interesses, os nossos cidadãos e as nossas empresas", afirmou Ursula von der Leyen no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
"A Europa não iniciou este confronto. Não queremos necessariamente retaliar, mas se for necessário, temos um plano forte para retaliar e vamos usá-lo", sublinhou a presidente da Comissão Europeia.
"Vamos avaliar cuidadosamente os anúncios de amanhã para calibrar a nossa resposta", disse von der Leyen, acrescentando que tem estado a consultar os líderes da UE sobre os "próximos passos".
"A Europa tem muitas vantagens, desde o comércio à tecnologia e à dimensão do nosso mercado. Mas esta força assenta também na nossa disponibilidade para tomar medidas firmes, se necessário. Todos os instrumentos estão em cima da mesa", disse aos legisladores.
"Muitos europeus sentem-se completamente desanimados com o anúncio feito pelos Estados Unidos", afirmou ainda Ursula von der Leyen. "Esta é a maior e mais próspera relação comercial a nível mundial. Ficaríamos todos melhor se conseguíssemos encontrar uma solução construtiva", concluiu.
As tarifas de Trump
O Presidente dos EUA considera que a maior economia do mundo foi "roubada por todos os países do mundo".
Embora Donald Trump tenha dito na segunda-feira (31.03) que seria "muito gentil" ao revelar detalhes das tarifas, os mercados foram dominados pela incerteza, levando a uma ampla venda de ações e alimentando preocupações de uma potencial recessão.
A polémica estratégia tarifária do Presidente dos EUA tem gerado receios de uma guerra comercial global, arriscando uma espiral crescente de retaliações por parte de parceiros comerciais como a China, o Canadá e a UE.
Desde o regresso de Trump à Casa Branca, em janeiro, a UE enfrenta várias medidas tarifárias dos EUA - incluindo uma taxa de 25% sobre a importação de automóveis que entrou em vigor na quinta-feira (27.03).
Os produtores foram também afetados por uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio, para a qual Bruxelas já prometeu contra-medidas a partir de meados de abril.