UE destaca importância de reformas em Moçambique
14 de março de 2025O embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique destacou a importância das reformas no país e garantiu que a organização e os Estados-membros estão "prontos" para apoiar os programas, considerando a missão "bastante desafiante".
"A União Europeia e os Estados-membros estão prontos a apoiar o funcionamento e o trabalho do gabinete e estamos prontos a apoiar o programa das reformas. A tarefa é bastante desafiante, mas nós entendemos apoiar em consideração da importância das reformas para o país", disse Antonino Maggiore, citado hoje pela comunicação social, após um encontro em Maputo com o coordenador do Gabinete de Reformas e Projetos Estratégicos de Moçambique, João Machatine.
Maggiore disse que a UE está pronta para trabalhar com o gabinete, visando avançar com "reformas concretas" para a população, para o setor privado e para a área social de Moçambique.
"As expectativas da população são a referência fundamental", acrescentou o embaixador europeu, referindo que a reunião com João Machatine foi "muito importante e crucial" para discutir a importância das reformas.
Em 10 de fevereiro, João Machatine admitiu, após tomar posse, a necessidade de reformas estatais em Moçambique, face às "pressões sociais", para conferir dignidade à vida dos cidadãos.
"Basta ver as próprias manifestações. Está claro que é importante ir [ao] encontro com aquilo que o mundo hoje é (...). Temos de introduzir reformas no sentido de nos ajustarmos a estas realidades, a estas pressões sociais, para que as pessoas, de facto, vivam de uma forma digna", disse o responsável, em declarações à comunicação social, após tomar posse.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais. O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.