Ucrânia: Zelensky saúda compromisso de segurança
4 de setembro de 2025O Presidente ucraniano saudou esta quinta-feira (04.09) o compromisso de 26 países, na sua maioria europeus, de enviar tropas para a Ucrânia ou de estar presentes em terra, mar ou ar para garantir a segurança após um hipotético cessar-fogo com Moscovo. "Penso que hoje, pela primeira vez em muito tempo, este é o primeiro avanço concreto sério", declarou Volodymyr Zelensky, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O líder ucraniano falava ao lado do homólogo francês, Emmanuel Macron, no final de uma reunião da coligação de países que se disponibilizaram para oferecer garantias de segurança à Ucrânia no caso de um cessar-fogo com vista a um acordo de paz para pôr fim ao conflito com a Rússia.
O apoio dos Estados Unidos foi o tema de uma videoconferência com o Presidente Donald Trump após a cimeira, na qual também participou parcialmente o enviado especial norte-americano Steve Witkoff, presente no palácio do Eliseu. "Contamos com o apoio dos Estados Unidos", reforçou Zelensky, tendo Emmanuel Macron remetido os detalhes sobre o apoio norte-americano para os próximos dias.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, manifestou-se contra qualquer discussão sobre garantias de segurança sem a sua participação e rejeitou qualquer presença de tropas estrangeiras no país vizinho.
"Uma intervenção estrangeira em parte do território ucraniano [...] é totalmente inaceitável para a Rússia", afirmou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, no final de agosto.
Segurança duradoura?
De acordo com Macron, a força de segurança dos 26 países "não tem intenção nem objetivo de travar qualquer guerra contra a Rússia".
O Presidente francês afirmou que o grupo de países, reunidos hoje em Paris e por videoconferência no âmbito da Coligação dos Voluntários, prontificou-se para prestar garantias de segurança às autoridades da Ucrânia, estando "presentes em terra, no mar ou no ar".
Esta força "não tem intenção nem objetivo de travar qualquer guerra contra a Rússia", frisou Macron à imprensa, referindo que os Estados Unidos foram também "muito claros" sobre a sua disponibilidade para participar no apoio à decisão hoje tomada pelo grupo de aliados de Kiev. "Não há dúvida sobre isso", declarou Macron.
O líder francês, que co-presidiu com o primeiro-ministro britânico, Keith Starmer, à reunião de mais de 30 países da coligação, observou que não se pretende que as forças a destacar estejam presentes na linha da frente, mas "prevenir qualquer nova grande agressão" por parte da Rússia e garantir "uma segurança duradoura da Ucrânia".
Sem entrar em pormenores, Macron observou que os membros da Coligação dos Voluntários confirmaram "o que estavam disponíveis a fazer, cada um no seu papel, complementando-se" nas garantias de segurança, que são exigidas por Kiev como condição para um acordo de paz com Moscovo.
Emmanuel Macron referiu ainda que os países europeus imporão novas sanções, "em conjunto com os Estados Unidos", se Moscovo continuar a rejeitar a negociação de um acordo de paz e indicou que haverá novos contactos entre as autoridades norte-americanas e russas.
Ao fim de mais de três anos da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano para aproximar as partes.