Ucrânia pronta para assinar acordo sobre minerais com EUA
3 de março de 2025O confronto de palavras entre o Presidente dos EUA, Donald Trump,e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que aconteceu na última sexta-feira (03.03) na Casa Branca, continua a dar que falar. As reações, nomeadamente de líderes internacionais, multiplicaram-se nos últimos dias em apoio ao Presidente da Ucrânia.
No encontro, que tinha como foco um acordo sobre minerais, Trump acusou o homólogo de ingratidão e desrespeito pelos EUA, pondo em dúvida o apoio contínuo de Washington à Ucrânia.
Este domingo (02.03),Volodymyr Zelenskycomentou o inesperado episódio dizendo que acredita que as "relações com os EUA vão continuar”.
"Contamos com a ajuda dos EUA, sem dúvida. Penso que a interrupção dessa assistência só ajudará [o Presidente russo] Vladimir Putin. E penso que os EUA e os líderes do mundo civilizado definitivamente não ajudarão Putin”, afirmou.
Para o chefe de Estado ucraniano o desentendimento "não trouxe nada de positivo para a paz” e recusou pedir desculpa.
Zelensky mostrou-se, no entanto, disposto a voltar a reunir-se com Trump, com conversações à porta fechada, e a assinar o acordo sobre minerais que ficou por rubricar.
"Represento os interesses de um país que depende fortemente do apoio dos seus parceiros, pelo que, naturalmente, se for convidado para um diálogo construtivo, para a resolução de problemas reais, para questões sérias e para ações e respostas resolutas, lá estarei, por respeito à América, pelo povo americano, pelo Presidente e pelas duas partes”, assumiu.
Zelensky pode ter de renunciar?
Domingo (03.03), altos funcionários republicanos em Washington sugeriram que Zelensky pode ter de renunciar para que a Ucrânia chegue a um acordo de paz negociado pelos EUA. Entre eles está Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes.
Para Johnson "alguma coisa tem de mudar": "Ou ele precisa de cair em si e voltar à mesa de negociações em sinal de gratidão, ou outra pessoa precisa de liderar o país para o fazer. Cabe aos ucranianos decidir isso”.
Este domingo (02.03) Volodymyr Zelensky participou, ao lado de chefes de Estado e de Governo de vários países, numa cimeira em Londrespromovida pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
A cimeira deu os primeiros passos para delinear uma estratégia para os países europeus garantirem a segurança ucraniana, caso se chegue a um acordo com a Rússia para acabar com a guerra.
Trata-se de um plano elaborado essencialmente entre Reino Unido e França e que será posteriormente transmitido a Washington. Foi também acordado o reforço da ajuda militar à Ucrânia e das sanções económicas contra a Rússia bem como o aumento das capacidades defensivas da Ucrânia que possam dissuadir novas tentativas de agressão.