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Ucrânia: Negociações antes ou após cessar-fogo?

rl | com agências
11 de maio de 2025

Rússia defende negociações diretas com a Ucrânia antes de considerar trégua - uma proposta para a qual os aliados europeus de Kiev olham com desconfiança. Ucrânia espera que Rússia aceite cessar-fogo.

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Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky
Rússia defende negociações diretas com a Ucrânia antes de considerar trégua. Kiev quer cessar-fogo já.Foto: A. Gorshkov/SPUTNIK/AFP/Getty Images/Presidency of Ukraine/AA/picture alliance

A Rússia insistiu, este domingo (11.05), na necessidade de primeiro iniciar negociações diretas com a Ucrânia antes de discutir uma possível trégua.

"Primeiro, deve haver negociações sobre as causas iniciais (do conflito), e então poderemos falar sobre uma trégua", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, à agência de notícias russa "TASS".

Zakharova reforçava assim as declarações, na noite de sábado, do Presidente russo, Vladimir Putin. "A Rússia está pronta para negociações sem condições prévias. Propomos que comecem na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul", afirmou Putin em declarações à imprensa no Kremlin.

A proposta da Rússia foi apresentada algumas horas depois de a Ucrânia e os aliados europeus terem exigido a Moscovo que concorde com um cessar-fogo total e incondicional durante pelo menos 30 dias a partir de segunda-feira, sob pena de enfrentar novas sanções económicas.

Friedrich Merz e Volodymyr Zelensky
Chanceler alemão visitou Kiev, este fim de semanaFoto: Presidential Office of Ukraine/ABACA/picture alliance

Sem se referir diretamente a esta proposta, Putin criticou os europeus por tratarem a Rússia "de forma rude e com ultimatos" e afirmou que a instauração de uma trégua devia fazer parte de discussões mais amplas e diretas sobre o conflito que se arrasta há mais de três anos.

Entretanto, e já este domingo, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, informou Putin sobre a sua total disponibilidade para acolher possíveis negociações diretas com Kiev e pediu que se aproveite o que descreveu como um "ponto de viragem histórico" para pôr fim ao conflito.

"Devemos aproveitar esta oportunidade e a Turquia está pronta para prestar todo o tipo de apoio, incluindo negociações, para alcançar um cessar-fogo e uma paz duradoura", assegurou Erdogan numa conversa telefónica com Putin e depois com Macron.

A Turquia já acolheu uma primeira tentativa falhada de negociações entre Kiev e Moscovo, em 2022, tendo Putin proposto retomar o mesmo formato a 15 de maio.

Líderes europeus visitam Kiev
Ucrânia e aliados europeus exigiram a Moscovo que concorde com um cessar-fogo de 30 dias a partir de amanhãFoto: UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE/Handout/AFP

Este domingo, horas antes das declarações da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, o Presidente ucraniano afirmou ter esperança que Moscovo se comprometa com um cessar-fogo de 30 dias, a iniciar já esta segunda-feira, e que foi proposto pela Ucrânia e os aliados europeus, no sábado.

"Não faz sentido continuar a matança, mesmo que seja por apenas um dia. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo completo, duradouro e fiável a partir de amanhã [segunda-feira], 12 de maio, e a Ucrânia estará pronta para reunir", afirmou Volodymyr Zelensky nas redes sociais. 

Aliados reticentes

"O Presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky continua empenhado e sem impor condições. Agora, esperamos uma resposta igualmente clara" da parte da Rússia, afirmou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que visitou Kiev, no sábado, com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e os primeiros-ministros britânico, Keir Starmer, e polaco, Donald Tusk.

"Não pode haver negociações enquanto as armas estiverem em jogo", acrescentou.

Uma posição com a qual Donald Tusk concordou, sublinhando a necessidade de Moscovo apresentar "uma decisão clara sobre um cessar-fogo imediato e incondicional".

 "A Ucrânia está pronta", garantiu, numa declaração publicada nas redes sociais.

Por sua vez, o chanceler alemão lembrou, em Berlim, que "primeiro as armas devem ser silenciadas [e só] depois podem começar as negociações".

Embora tenha admitido à agência de notícias alemã DPA que a "vontade de dialogar" é, "em princípio, um bom sinal" da parte da presidência russa (Kremlin), considerou que "isso não é, de modo algum, suficiente".

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