EUA sugerem acordo com cedências da Ucrânia à Rússia
23 de abril de 2025O vice-presidente norte-americano, JD Vance, defendeu hoje que a Ucrânia terá de fazer cedências territoriais para ser possível um acordo de paz com a Rússia.
"Penso que será perto das atuais linhas [da frente] que serão traçadas as novas linhas do conflito", disse Vance aos jornalistas após visitar o mausoléu Taj Mahal, em Agra, no âmbito da viagem que efetua à Índia.
A Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia em setembro de 2022, cerca de sete meses depois de ter invadido e iniciado a guerra contra o país vizinho.
Os Estados Unidos apresentaram "uma proposta muito explícita" de paz entre os dois países, segundo Vance, que não pormenorizou.
"É altura de [as partes] dizerem 'sim' ou de os Estados Unidos saírem deste processo", reafirmou o vice-presidente, que já tinha assumido esta posição anteriormente, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
Proposta dos EUA congela guerra nas linhas atuais
Para Vance, ambas as partes deveriam "depor as armas, encerrar a questão e dedicar-se à construção de uma melhor Rússia e de uma melhor Ucrânia", segundo a agência noticiosa norte-americana Bloomberg.
Congelar o conflito nas atuais linhas da frente seria um revés para a Ucrânia, cujas autoridades têm afirmado que pretendem recuperar a totalidade do território correspondente às fronteiras de 1991, o que inclui a Crimeia.
Trata-se um dos principais pontos quentes do conflito, já que Washington estaria disposta a reconhecer o controlo russo sobre a Crimeia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky disse na terça-feira que tais propostas não correspondem à posição oficial da presidência dos Estados Unidos.
Zelensky também recusou na terça-feira entrar em discussões sobre o controlo da Crimeia e dos restantes territórios anexados, porque isso significaria "entrar no formato que a Rússia pretende".