Trump vai falar com Putin sobre o fim da guerra na Ucrânia
17 de março de 2025
"Veremos se temos algo a anunciar talvez até terça-feira. Falarei com o Presidente Putin na terça-feira", disse Donald Trump aos jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One, no domingo à noite.
"Foi feito muito trabalho no fim de semana. Queremos ver se conseguimos pôr fim a esta guerra", acrescentou o chefe de Estado, que horas antes já tinha afirmado que acredita que Putin vai concordar com o acordo.
"Acho mesmo que sim. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", disse ao canal Full Measure. Se ele não concordar, acrescentou Trump, serão "más notícias para o mundo, porque muitas pessoas estão a morrer".
Trump lembrou que existe um acordo de cessação de hostilidades com a Ucrânia e que Washington está a tentar fechá-lo também com a Rússia. "Saberemos um pouco mais na segunda-feira e esperamos que seja bom", acrescentou.
O Presidente dos EUA também disse que já estava a discutir a divisão de "certos bens" entre a Ucrânia e a Rússia. Falaremos sobre as terras. Falaremos sobre centrais elétricas", revelou o republicano. As regiões ocupadas pela Rússia no leste da Ucrânia e as centrais elétricas irão, por isso, fazer parte das negociações.
Putin estabelece condições
Steve Witkoff, enviado especial de Donald Trump, chegou a Moscovo na passada quinta-feira (13.03) para apresentar aos russos o plano dos Estados Unidos para uma trégua de 30 dias.
Na sexta-feira (14.03), o Kremlin disse que Vladimir Putin tinha entregado uma mensagem a Trump sobre a proposta do enviado norte-americano para um cessar-fogo na Ucrânia.
"Quando o senhor Witkoff fornecer todas as informações ao Presidente Trump, determinaremos o momento para uma conversa" entre os dois presidentes, afirmou na ocasião o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
A Ucrânia concordou com uma trégua incondicional de 30 dias se a Rússia parasse com os ataques no leste do país.
Contudo, Putin não concordou com qualquer trégua e decidiu estabelecer condições maximalistas, como a Ucrânia ceder as cinco regiões anexadas unlateralmente pela Rússia, abandonar as ambições de Kiev de se juntar à NATO e desmantelar o atual Governo ucraniano.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, descreveu a conversa telefónica que teve com o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, como promissora. "É difícil negociar um fim duradouro para uma guerra enquanto os beligerantes disparam uns sobre os outros e é, por isso, que o presidente [Trump] quer um cessar-fogo", acrescentou.