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PolíticaTerritório Ocupado da Palestina

Trump quer que Jordânia e Egito acolham mais palestinianos

26 de janeiro de 2025

Presidente norte-americano defende deslocalização de mais refugiados palestinianos da Faixa de Gaza para "limpar" o território. Hamas garante que proposta não vingará. Israel diz que é uma "exclente ideia".

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Donald Trump no Air Force One
Donald Trump: "A Faixa de Gaza neste momento está uma confusão"Foto: Mark Schiefelbein/AP/dpa/picture alliance

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que as nações árabes deveriam receber mais refugiados palestinianos da Faixa de Gaza, retirando potencialmente uma parte suficiente da população para "simplesmente limpar" o território.

No sábado, a bordo do avião presidencial, Trump disse aos jornalistas que mencionou o plano num telefonema com o rei Abdullah II da Jordânia e que falaria, este domingo, com o Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi.

"Gostava que o Egito acolhesse pessoas (…) Estamos a falar, provavelmente, de um milhão e meio de pessoas, e simplesmente limpamos tudo e dizemos: 'Acabou'", acrescentou o chefe de Estado norte-americano.

Trump elogiou a Jordânia por ter aceitado mais refugiados palestinianos após o início da guerra entre Israel e o Hamas. 

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O líder republicano referiu que disse a Abdullah II: "Adorava que aceitasse mais [palestinianos], porque estou a olhar para . É uma verdadeira confusão".

Trump disse que a remoção em massa de palestinianos "poderá ser temporária ou de longo prazo", acrescentando que, "ao longo dos séculos", a região onde se situa a Faixa de Gaza teve "muitos, muitos conflitos".

"Portanto, prefiro envolver-me com algumas das nações árabes e construir habitações num local diferente, onde possam talvez viver em paz para variar", disse Trump.

"Declarações deploráveis"

As reações às declarações de Trump não tardaram a chegar. Contactado telefonicamente pela agência noticiosa France-Presse (AFP), Bassem Naïm, membro do gabinete político do movimento Hamas, garantiu que os palestinianos vão destruir a proposta do Presidente norte-americano de os deslocalizar para outros países, "tal como destruíram todos os projetos de deslocação [...] durante décadas".

"Confirmamos que o nosso povo, com todo o seu apoio, é capaz de reconstruir Gaza", disse.

A proposta de Trump foi também rejeitada pela Jihad Islâmica, movimento islamita palestiniano aliado do Hamas em Gaza, que, num comunicado, sublinhou que a ideia de transferir palestinianos para países da região encoraja os "crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotric
Bezalel Smotrich, do partido israelita de extrema-direita, considerou "uma excelente ideia" a proposta do Presidente norte-americanoFoto: MENAHEM KAHANA/AFP/Getty Images

"[As] declarações deploráveis [de Donald Trump] alinham-se com os piores aspetos da agenda da extrema-direita sionista e continuam a política de negar a existência [...] do povo palestiniano", acrescentou o movimento, insistindo que as palavras do Presidente dos EUA encorajam "a perpetração contínua de crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

"Excelente ideia"

Por sua vez, o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, do partido de extrema-direita, considerou "uma excelente ideia" a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de "limpar" a Faixa de Gaza e enviar palestinianos para países da região.

"Depois de anos a glorificar o terrorismo, [os palestinianos] serão capazes de estabelecer uma nova e bela vida noutro lugar", acrescentou Smotrich, cujo partido é essencial para a coligação governamental de Benjamin Netanyahu, num comunicado.

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Lusa Agência de notícias