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Trump espera que Putin aceite proposta de cessar-fogo

af | DW (Deutsche Welle) | com agências
12 de março de 2025

Donald Trump elogiou a posição ucraniana e comprometeu-se a falar esta semana com Vladimir Putin sobre a trégua de 30 dias proposta pelos EUA e já aceite pela Ucrânia. A Rússia ainda não se pronunciou sobre a questão.

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Negociações entre a Ucrânia e os EUA em Jeddah, Arábia Saudita
Participaram nas negociações entre a Ucrânia e os EUA em Jeddah, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o chefe de Gabinete do Presidente ucraniano, Andriy Yermak, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andriy Sybiha, e o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov Foto: picture alliance/dpa/Ukrainian Presidential Press Office/AP

"O mais importante é que a Ucrânia acabou de aceitar um cessar-fogo", afirmou esta terça-feira (11.03) Donald Trump, na Casa Branca. "Vou falar com Vladimir Putin. São precisos dois para dançar o tango, como se costuma dizer. Por isso, espero que ele também concorde", declarou o Presidente dos Estados Unidos.

A Ucrânia aceitou ontem a proposta dos EUA para cessar-fogo de 30 dias com a Rússia. A decisão saiu após uma reunião entre delegações ucraniana e norte-americana que teve lugar na Arábia Saudita. 

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky disse através de um vídeo publicado nas redes sociais que o seu país considera a proposta de cessar-fogo "positiva" e "está pronto a dar esse passo".

A Ucrânia também espera que a Rússia- que ainda não se pronunciou sobre a questão - diga claramente se quer ou não a paz. 

"Penso que a expectativa sobre a Rússia não é apenas da Ucrânia é a expetativa do mundo. A Rússia precisa de dizer muito claramente: quer a paz ou não? Querem acabar com esta guerra que começaram ou não?", questionou Andri Yermak, chefe de gabinete da Presidência ucraniana.

Os EUA também se comprometeram a retomar o fornecimento de ajuda militar e inteligência para a Ucrânia após a decisão do presidente Donald Trump de interromper o auxílio como forma de pressionar o país a concordar em negociar um cessar-fogo com a Rússia.

Reações internacionais

Vários líderes mundiais também esperam que a Rússia aceite a proposta de cessar-fogo na Ucrânia.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, diz que agora a bola está do lado russo e enalteceu "o progresso" feito entre Washington e Kiev".

Por seu turno, o primeiro ministro britânico, Keir Starmer, apela para que se alcance uma paz duradoura e segura, o mais rapidamente possível.

A "lista de desejos" de Zelensky

A União Europeia (UE) também já se posicionou, congratulando o possível cessar-fogo e mostrando-se disponível junto dos seus parceiros para apoiar nas negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. 

As discussões entre os Estados Unidos e a Ucrânia desta terça-feira foram apadrinhadas pela Arábia Saudita, um dia depois, de Volodymyr Zelensky ter visitado aquele país.

A mediação da Arábia Saudita

Mas como é que a Arábia Saudita entrou em cena? "Tem a ver com as negociações entre os EUA e a Arábia Saudita. E as declarações de que a Arábia Saudita deve investir um trilião de dólares na economia americana. Para o conseguir, os EUA estão a aumentar a importância geopolítica da Arábia Saudita", responde Iwan Us, do Instituto Nacional de Estudos  Estratégicos da Ucrânia-

Neil Quilliam, do Programa para o Médio Oriente e Norte de África do grupo de reflexão londrino Chatham House, acrescenta que depois de ter sido uma espécie de ator essencial no Médio Oriente, no que diz respeito aos palestinianos, à Síria e ao Líbano, Riade "está interessada em ser um mediador na crise do topo porque quer demonstrar que é agora uma potência média muito importante."

"E agora vemo-lo a desempenhar uma espécie de papel de mediador entre os EUA e a Rússia, entre os EUA e a Ucrânia. A Arábia Saudita acredita que tem um contributo importante a dar neste mundo e, de facto, considera-se não apenas uma potência média, mas uma potência global emergente", conclui Quilliam.

Segundo rumores, a Arábia Saudita é o primeiro país que Donald Trump quer visitar enquanto Presidente dos EUA - nas próximas seis semanas, de acordo com o Presidente norte-americano.

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