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Trump dá ultimato à Rússia para cessar guerra na Ucrânia

15 de julho de 2025

O Presidente dos Estados Unidos anunciou o envio de armas para a Ucrânia e ameaçou sancionar os compradores das exportações russas, a menos que a Moscovo aceite um acordo de paz com Kiev num prazo de 50 dias.

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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promete aplicar tarifas de cerca de 100% aos parceiros comerciais da Rússia, se Putin não negociar o fim da guerra na Ucrânia
Donald Trump promete aplicar tarifas de cerca de 100% aos parceiros comerciais da Rússia, se Putin não negociar o fim da guerra na UcrâniaFoto: Nathan Howard/REUTERS

O porta-voz do Kremlin diz que a Rússia ainda está a analisar a situação e os parceiros da União Europeia congratularam-se com o novo tom norte-americano.

A decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor um prazo de 50 dias à Rússia para pôr fim ao conflito com a Ucrânia foi recebida com reservas pelo Kremlin. Em declarações feitas esta terça-feira (15.07), o porta-voz Dmitry Peskov classificou a posição norte-americana como "bastante séria" e sublinhou a necessidade de avaliação interna antes de qualquer comentário oficial por parte de Moscovo.

Kremlin reage com cautela

"Precisamos certamente de tempo para analisar o que foi dito em Washington. Se e quando o Presidente Putin considerar necessário, ele comentará o assunto", afirmou Peskov, numa resposta cautelosa ao ultimato de Trump, que ameaça Moscovo com duras sanções económicas caso não haja avanços rumo à paz.

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Na segunda-feira (14.07), Trump declarou publicamente a sua intenção de aplicar "tarifas muito severas, se não chegarmos a um acordo dentro de 50 dias. Tarifas de cerca de 100%, a que chamamos tarifas secundárias".

Estas sanções, explicou, visariam não apenas a economia russa, mas também os seus parceiros comerciais, numa tentativa de isolar ainda mais o Kremlin no panorama económico internacional.

O Presidente norte-americano também expressou frustração com a postura do homólogo russo, Vladimir Putin, e anunciou a intensificação do apoio militar a Kiev. "Vamos enviar milhares de milhões de dólares em armas", declarou, acrescentando que o pacote incluirá mísseis de defesa aérea Patriot. Este era um dos principais pedidos da Ucrânia para proteger as suas cidades dos bombardeamentos russos.

Rússia | Dmitry Peskov em Moscovo
Dmitry Peskov: "Precisamos certamente de tempo para analisar o que foi dito em Washington" Foto: Grigory Sysoyev/POOL/TASS/dpa/picture alliance

Questionado sobre estes comentários, Peskov disse que a Rússia está "pronta para continuar o diálogo" para pôr termo aos combates, mas acrescentou que continua à espera que Kiev proponha uma data para a próxima ronda de conversações e criticou:

"Parece que as decisões tomadas em Washington, nos países da NATO e em Bruxelas são vistas pelo lado ucraniano como um sinal para continuar a guerra e não como um sinal para a paz," referiu o porta-voz russo.

Europa apoia mudança de tom

Do lado europeu, a iniciativa de Washington foi acolhida com relativo otimismo. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia consideram positivo o facto de que Washington vai permitir que a UE pague o envio de armas americanas para a Ucrânia.

Embora considerem o prazo de 50 dias demasiado longo, os diplomatas do bloco comunitário congratularam-se com a mudança de tom vinda dos EUA.

"Vemos que as nossas medidas atuais ainda não estão a funcionar e temos de nos sincronizar com os norte-americanos e com o seu calendário", afirmou Kestutis Budrys, ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia.

Espera-se que o aumento na pressão leve o Presidente russo, Vladimir Putin, a conversações de paz que Trump tem defendido há meses — até agora, sem grandes resultados.

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