Trump diz que Israel aceitou cessar-fogo de 60 dias em Gaza
2 de julho de 2025"Os meus representantes tiveram uma longa e produtiva reunião com os israelitas sobre Gaza. Israel concordou com as condições necessárias para finalizar o cessar-fogo de 60 dias, durante o qual trabalharemos com todas as partes para pôr fim à guerra", escreveu Donald Trump na sua rede social Truth.
Sem especificar os termos propostos, o chefe de Estado norte-americano disse esperar que o Hamas aceite os termos do cessar-fogo alcançados com a ajuda de mediadores do Qatar e do Egito. "Espero, para bem do Médio Oriente, que o Hamas aceite este acordo, porque a situação não vai melhorar - só vai ficar pior", alertou Trump.
Na passada sexta-feira (27.06), o Presidente dos EUA já tinha afirmado que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas "estava próximo", apesar de os combates continuarem no terreno.
Se Israel e o Hamas decretarem um cessar-fogo temporário, o Presisente dos EUA disse que o tempo seria utilizado para tentar negociar uma solução permanente para a guerra na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, será recebido na Casa Branca na próxima segunda-feira, dia 7 de julho, numa altura em que o Presidente norte-americano intensifica a pressão sobre o governo israelita para negociar com o Hamas um cessar-fogo e um acordo para a libertação de reféns.
Plano de ajuda alimentar EUA-Israel em Gaza
Entretanto, mais de 170 organizações não-governamentais (ONG) apelaram ao desmantelamento de um plano de ajuda alimentar em Gaza apoiado pelos EUA e por Israel, afirmando que está a colocar os civis em risco de morte e de ferimentos.
"Os palestinianos em Gaza enfrentam uma escolha impossível: morrer à fome ou correr o risco de serem alvejados enquanto tentam desesperadamente obter alimentos para alimentar as suas famílias", dizem na declaração. Entre os grupos que apoiam a iniciativa encontram-se organizações como a Oxfam, os Médicos Sem Fronteiras, a Save the Children, o Conselho Norueguês para os Refugiados e a Amnistia Internacional.
As autoridades médicas de Gaza afirmam que mais de 500 pessoas foram mortas em tiroteios perto de centros de distribuição de ajuda ou de rotas de transporte guardadas pelas forças israelitas desde que a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) começou a funcionar no final de maio.
A Fundação depende de empresas privadas de segurança e logística norte-americanas para levar mantimentos ao território, contornando em grande parte um sistema liderado pela ONU que, segundo Israel, permite que os militantes desviem a ajuda.
As ONG acusam a GHF de obrigar as pessoas famintas e fracas a caminhar durante horas, por vezes através de zonas de conflito ativo, para chegar à ajuda alimentar.
O exército israelita reconheceu na segunda-feira (30.06) que civis palestinianos foram feridos nos centros de distribuição de ajuda em Gaza.