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Trump anunciou saída da OMS: Que impacto na Guiné-Bissau?

30 de janeiro de 2025

A Organização Mundial de Saúde está presente na Guiné-Bissau desde 1974. Especialistas acreditam que a decisão de Donald Trump terá consequências quer nas ações no terreno, como no combate ao paludismo e ao HIV.

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Enfermeira administra vacina
Foto: Moses Sawasawa/AP Photo/picture alliance

O analista político guineense Fransual Dias fala de um cenário "preocupante" que vai afetar um dos países "mais frágeis do mundo". A saída dos Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS), anunciada pelo Presidente Donald Trump, "merece uma atenção particular das instituições guineenses", defende Dias em declarações à DW.

Os Estados Unidos são o maior doador da OMS. A organização está presente na Guiné-Bissau desde 1974 e é a principal parceira do Ministério da Saúde Pública no país. O processo de retirada dos EUA demorará um ano a ser concluído. Oficialmente, o país só deverá sair da OMS em janeiro de 2026.

Nesse sentido, Fransual Dias alerta para a necessidade de "acautelar" já o impacto na população "carenciada" da Guiné-Bissau, nomeadamente através da melhoria das relações diplomáticas, para tentar angariar fundos por outra via.

"Criar uma espécie de comissão de contacto que permita a sensibilização das autoridades norte-americanas para permitir que o país não venha a sofrer", propõe.

Paciente com comprimidos nas mãos
Comprimidos para tratamento da tuberculoseFoto: Rick D'Elia/ZUMA Press/IMAGO

Contudo, não é apenas a saída dos Estados Unidos da OMS que preocupa. A organização alertou, na quarta-feira (29.01), que a recente suspensão da ajuda externa, decretada por Trump, "coloca milhões de pessoas em risco". De acordo com a OMS, os programas dos EUA, denominados PEPFAR, tratam 20 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo 566 mil crianças.

O médico Edwis Martins ressalta a importância desta ajuda para países como a Guiné-Bissau, com organizações como a OMS a liderar os esforços de combate ao HIV e ao paludismo.

"Os números vão agravar. As ações no terreno vão complicar. O auxílio que a OMS tem prestado na formação, na distribuição de utensílios médicos, no reforço de diferentes programas vai fracassar e não vai ser nada bom para o próprio país", perspetiva, defendendo a ação imediata do Governo.

Edwis Martins sublinha as "enormes dificuldades" ao nível sanitário, acreditando que a redução do orçamento da OMS originará "mais complicações" para o já "frágil" sistema nacional de saúde.

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"Sem os parceiros, o Governo não consegue dar conta", afirma o médico, evidenciando a importância do trabalho da agência na Guiné-Bissau, nomeadamente na luta contra o paludismo, a tuberculose e o HIV.

Depois do anúncio de Donald Trump, uma funcionária da OMS lançou uma campanha de angariação de fundos para a organização. O objetivo é arrecadar mil milhões de dólares, o equivalente à contribuição dos Estados Unidos para o orçamento de dois anos da OMS.

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