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EducaçãoAngola

Tribunal absolve estudantes detidos na marcha do sábado

28 de abril de 2025

Tribunal da Comarca de Luanda absolve oito estudantes detidos no sábado (26.04) durante uma marcha pela melhoria da qualidade de ensino, devido a "falta de provas".

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Angola Luanda | Manifestação de estudantes
A marcha aconteceu em Luanda no sábado e terminou com detenções de líderes estudantis e jornalistasFoto: Manuel Luamba/DW

A informação foi transmitida pelo vice-presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Joaquim Lutumbi, um dos estudantes detidos no sábado (26.04), garantindo que a luta por um ensino melhor e pelo direito à educação vai continuar.

 "Estamos agora soltos depois de alguns dias presos pela polícia, mas a nossa luta pelo direito à educação tem de continuar. Esta nossa detenção motivou-nos cada vez mais a lutar, porque as condições das nossas escolas, a falta de professores, a falta de carteira, de material de ensino continuam", disse Lutambi à saída do tribunal.

Segundo o vice-presidente do MEA, a "falta de provas do crime" de desobediência às autoridades de que os estudantes eram acusados concorreu para a sua liberdade, acusando o instrutor do processo de "incompetência".

A polícia deteve pelo menos 50 jovens durante a marcha de exigência de melhoria da qualidade do ensino em Angola
A polícia deteve pelo menos 50 jovens durante a marcha de exigência de melhoria da qualidade do ensino em AngolaFoto: António Ambrósio/DW

Críticas à atuação policial

"Felizmente o tribunal e o juiz entenderam a incompetência do instrutor processual, que não teve como montar as mentiras que nos queriam incriminar e o meritíssimo juiz, então, nos mandou em liberdade por não existirem elementos de prova para nos incriminar", referiu o estudante.

Joaquim Lutambi, que com mais sete estudantes foram hoje julgados sumariamente, após serem detidos no sábado, em Luanda, garantiu ainda "luta contínua por justiça e pelo direito à educação".

 "Estamos firmes da luta por justiça, da luta pelo direito à educação e não será a polícia a impedir o exercício do direito de reunião e de manifestação", assegurou.

 Pelo menos 60 jovens foram detidos no sábado durante uma marcha em defesa da educação e de melhores condições nas escolas públicas em Luanda, sendo que grande parte foi colocada em liberdade no mesmo dia e apenas oito foram mantidos em prisão e julgados hoje.

Jornalistas intimidados

Além dos estudantes, foram também detidos ou intimidado pela polícia quando faziam a cobertura da manifestação quatro jornalistas angolanos, entre esses o correspondente da DW África no local, que se queixaram de ter sido obrigados a entregar os telemóveis para serem inspecionados.

A sessão de julgamento de hoje foi ainda marcada por um forte aparato policial, sobretudo no exterior do tribunal, como contou à Lusa o ativista Osvaldo Caholo, que acorreu ao local em solidariedade com os estudantes detidose disse ter sido "intimidado" pela polícia.

A Lusa voltou a contactar a Polícia Nacional de Angola, mas não obteve esclarecimentos sobre as detenções de estudantes e jornalistas até ao momento.

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Lusa Agência de notícias