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Caos em protestos por disparos contra caravana de Mondlane

6 de março de 2025

Ambiente de caos registou-se na Matola com a polícia em operações para travar manifestantes que protestavam contra os disparos contra a caravana de Venâncio Mondlane. Populares também bloquearam estrada em Inhambane.

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Protestos em Maputo
Tumulto em passeata de Venâncio Mondlane deixou, pelo menos, 16 feridoss, incluindo duas crianças, segundo dados da Plataforma DecideFoto: Amilton Neves/AFP/Getty Images

Um ambiente de caos registou-se esta quinta-feira (06.03) no bairro periférico Patrice Lumumba, na cidade da Matola, com a polícia em operações para travar manifestantes que protestavam contra os disparos, na quarta-feira,contra a caravana do político Venâncio Mondlane.

“Essa gente precisa ver que da próxima vez que uma coisa assim acontecer com aquele que é o nosso presidente as coisas neste país não vão andar”, disse à Lusa um manifestante de 30 anos, no meio de algumas dezenas de pessoas que queimaram pneus na Rua N, a principal de Patrice Lumamba, na província de Maputo, a cerca de 14 quilômetros do centro da capital moçambicana.

A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) disparou, na tarde de quarta-feira, contra uma caravana liderada pelo antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane no bairro de Hulene, na avenida Julius Nyerere, entre as principais de Maputo, ferindo pelo menos 16 pessoas, incluindo duas crianças e um membro da equipa de Mondlane, segundodados da Plataforma Decide, organização não-governamental que acompanha o processo eleitoral.

“Isso é um problema causado pelo que aconteceu ontem. Tentamos sair ontem mesmo, mas a polícia estava nos perseguindo. Acordamos às 4h hoje e estamos aqui”, disse outro manifestante, de 32 anos, entre pneus em chamas.

Disparos e clima tenso

Para travar os protestos, a Polícia moçambicana efetuou diversos disparos na principal via do bairro, mas as dezenas de jovens que tomaram a avenida escondiam-se nos becos e residências locais, voltando à rua principal sempre que as viaturas da corporação saíam para outros pontos.

Com a agitação que tomou conta do bairro por volta das 04:00 locais, a maior parte dos estabelecimentos comerciais ao longo da principal via estão fechados e o clima, sobretudo para os moradores, é tenso, com som dos disparos ecoando pelo becos e vielas.

Estrada Nacional 1, Moçambique
Segundo a PRM em Inhambane, bloqueios ocorreram hoje ao longo da Estrada Nacional 1 (N1) por volta das 10:00 locais (arquivo)Foto: DW/R. da Silva

“Nós estamos cansados ​​dessas coisas, nós queremos paz. Nós dependemos da rua para sobreviver e se isso continuar assim nós vamos morrer de fome. Por favor, estamos pedindo aos nossos líderes, conversem. Estamos pedindo diálogo para que isso pare”, declarou à Lusa Maria Tivane, moradora do bairro.

Desde o início das manifestações, em outubro do ano passado, o Patrice Lumumba esteve entre os bairros mais afetados pelos protestos, com vários mortos em resultado de confrontos entre a polícia e os manifestantes, bem como episódios de saque e vandalismo.

Manifestantes bloqueiam principal estrada em Inhambane

Um grupo de populares voltou hoje a bloquear a principal estrada moçambicana em dois distritos da província de Inhambane também em protesto contra o alegado atentado contra a caravana deVenâncio Mondlane, disseram as autoridades policiais.

“Eles alegam o atentado [contra] Venâncio Mondlane, mas dizem que vão abrir a estrada e a polícia está no terreno a negociar, a interagir com a população”, declarou a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Inhambane, Nércia Bata.

Segundo a responsável, os bloqueios ocorreram ao longo da Estrada Nacional 1 (N1), por volta das 10:00 locais, nos distritos de Inhassoro e Massinga, na província de Inhambane, onde populares colocaram barricadas na via impedindo a circulação de pessoas e de bens, em protesto contra o alegado atentado contra a caravana de Mondlane.

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Lusa Agência de notícias