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PolíticaSudão

União Africana discute cessar-fogo no Sudão

26 de julho de 2025

Atual líder da União Africana, o Presidente de Angola, João Lourenço, disse em Lisboa, durante visita de Estado, que organização está em contacto com o exército do Sudão e os paramilitares para anunciar um cessar-fogo.

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Presidente de Angola, João Lourenço
O atual líder da União Africana, o Presidente de Angola, João Lourenço durante encontro da UA, na Etiópia (foto de arquivo)Foto: Amanuel Sileshi/AFP/Getty Images

"Demos início em Luanda a contactos separados com delegações das duas partes em conflito, para o anúncio de um cessar-fogo", disse o líder angolano na noite dessa sexta-feira,na capital portuguesa.

O conflito no Sudão, que começou em abril de 2023, opõe o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), que controlam a capital, Cartum.

O objetivo da trégua é "dar início a conversações para se negociar uma paz definitiva e duradoura e permitir a ajuda humanitária para salvar vidas", sublinhou João Lourenço.

A declaração surgiu num discurso proferido no jantar,oferecido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em honra do homólogo angolano, que está a efetuar uma visita oficial a Portugal.

"Felicitamos a coragem e boa vontade demonstradas por uma das partes em aceitar o cessar-fogo e encorajamos a outra parte a seguir o mesmo caminho de dar mais uma vez uma oportunidade à paz", disse João Lourenço.

O Presidente angolano não revelou, no entanto, se foi o exército ou os paramilitares das RSF que aceitaram o cessar-fogo.

"A situação no Sudão está insustentável, a julgar pelo elevado número de mortos, feridos, populações deslocadas e refugiadas e o alto nível de destruição de património e de infra-estruturas", lamentou Lourenço.

DW Dokumentationen | Sudan – Ein Krankenhaus im Schatten des Krieges
Mais de 13 milhões de pessoas foram deslocadas, quatro milhões das quais para países vizinhos, e as infraestruturas essenciais do Sudão foram destruídas ou danificadasFoto: ZDF/Arte/DW

Deslocados

Mais de 13 milhões de pessoas foram deslocadas, quatro milhões das quais para países vizinhos, e as infraestruturas essenciais do Sudão - portos, bancos, agências governamentais - foram destruídas ou danificadas.

A fome foi declarada em algumas zonas do Darfur (oeste) e do sul do país, onde as organizações humanitárias alertam para o facto de milhões de pessoas estarem a enfrentar uma fome extrema.

João Lourenço disse que a União Africana tem feito "um grande esforço para que se busquem soluções para os problemas de insegurança e de instabilidade que assolam vários pontos do continente".

"Temos conseguido construir um quadro negocial em que se inscreve a resolução do conflito na República Centro-Africana e se abrem boas perspectivas para o fim do conflito no leste da República Democrática do Congo", sublinhou o angolano.

Em 19 de julho, no Catar, o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) e o Governo da República Democrática do Congo assinaram uma declaração de princípios que incluía um compromisso para um cessar-fogo permanente. 

O acordo assinado em Doha foi saudado pela comunidade internacional como um avanço em direção a um acordo de paz global no leste congolês.

Em abril, no Chade, os líderes de dois dos cinco grupos da Coligação de Patriotas para a Mudança, o movimento rebelde armado mais importante da República Centro-Africana, chegaram a acordo com as autoridades centro-africanas.

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Lusa Agência de notícias