Sindicato respeita suspensão da greve, mas continuará "luta"
6 de setembro de 2025"Vamos respeitar a providência [cautelar], o que não quer dizer que nos conformamos com ela. Vamos respeitar, porque concordando com ela ou não é de cumprimento obrigatório e não podemos fugir deste ritual. Não concordamos com a decisão proferida pelo juiz, mas é decisão do tribunal e temos de respeitá-la", afirmou, na sexta-feira (05.09), o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), André Mussamo.
Em declarações à Rádio Ecclesia - Emissora Católica de Angola -, Mussamo referiu que os advogados do sindicato estão a fazer uma leitura mais cuidada à argumentação apresentada pelo Tribunal da Comarca de Luanda, de forma a levar este órgão a reequacionar a sua posição.
"Até segunda-feira (08.09) poderemos ter uma posição como vamos redirecionar a nossa luta, mas posso garantir é que é apenas uma suspensão [da greve], mas não um fim da nossa causa", frisou.
O Tribunal da Comarca de Luanda decidiu, esta sexta-feira (05.09), suspender a greve geral convocada pelos trabalhadores dos órgãos públicos de comunicação social e tutelados pelo Estado, com início previsto para a próxima segunda-feira, alegando violação de direitos fundamentais dos cidadãos.
Em resposta à providência cautelar interposta pelas direções das empresas públicas de comunicação social, que defendem a garantia dos serviços mínimos durante a greve convocada pelo SJA, o Tribunal refere que a deliberação do SJA "viola" direitos dos cidadãos de seinformarem e serem informados.
Aumentos salariais
Os trabalhadores das empresas públicas de comunicação social ou sob tutela do Estado em Angola decidiram na terça-feira avançar para uma grevegeral interpolada, com a primeira fase com início agendado para a próxima semana, exigindo um aumento salarial de 58%.
A deliberação da greve geral foi aprovada por unanimidade em assembleia geral orientada pelo SJA, tendo os trabalhadores aplaudido em uníssono a paralisação faseada até dezembro próximo.