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PolíticaAlemanha

Alemanha: Scholz e Merz criticam proposta de Trump para Gaza

bd | DW (Deutsche Welle) | AP | Reuters | Lusa
10 de fevereiro de 2025

Trump, imigração, extrema-direita e retração da economia foram os temas que dominaram o debate televisivo entre Olaf Scholz e Friedrich Merz, os principais candidatos a chanceler, a duas semanas das eleições na Alemanha.

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Olaf Scholz e Friedrich Merz em debate televisivo promovido pelos canais alemães ARD e ZDF
Duelo televisivo entre Olaf Scholz e Friedrich Merz Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

Num debate televisivo realizado na noite passada, a contar para as eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, qualificou como "um escândalo" os planos do Presidente dos EUA, Donald Trump, para o território palestiniano de Gaza, devastado pela guerra.

Trump provocou a indignação mundial ao sugerir, na semana passada, que Washington deveria assumir o controlo da Faixa de Gaza, expulsar os seus habitantes.

Scholz classificou o plano como "um escândalo" e afirmou que "a deslocação de uma população é inaceitável e contra o direito internacional".

"Agora que o cessar-fogo acaba de começar, podemos ver a destruição inacreditável que foi causada no local. E eu digo, juntamente com o governo egípcio, com o governo jordano e com as pessoas que têm direito à dignidade humana, que a reinstalação de populações é inaceitável e viola o direito internacional". sublinhou.

Olaf Scholz e Friedrich Merz em debate televisivo promovido pelos canais alemães ARD e ZDF
Debate entre Scholz e Merz durou cerca de uma hora e meiaFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

O conservador Friedrich Merz, líder da União Democrata-Cristã (CDU), disse que a ideia de Donald Trump faz parte de uma série de propostas da administração norte-americana que são "irritantes".

"Partilho esta avaliação. Esta é uma de muitas propostas vindas da administração americana que são certamente desconcertantes, mas é preciso ver se a intenção é realmente séria e como será implementada. Provavelmente também haverá muita retórica envolvida", disse o candidato conservador,

Trump insiste em comprar Gaza

Também no domingo, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, rejeitou a proposta de Donald Trump. Numa conferência de imprensa, afirmou que nenhuma força pode expulsar o povo de Gaza da sua "pátria".

"Ninguém tem o poder de deslocar o povo de Gaza da sua pátria eterna, que existe há milhares de anos. A Palestina, incluindo Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, pertencem aos palestinianos. O povo de Gaza, que não abandonou as suas terras apesar de toda a crueldade, selvajaria e ataques de Israel, continuará a ficar em Gaza, a viver em Gaza e a proteger Gaza", frisou Erdogan.

Donald Trump está de regresso, e agora?

Trump anunciou a sua ideia na passada terça-feira (04.10), numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que a saudou como "a primeira boa ideia” que ouviu sobre o que pós-guerra no enclave devastado.

Ontem, o novo Presidente dos Estados Unidos voltou a dizer que está "comprometido em comprar e possuir" a Faixa de Gaza, embora tenha convidado outros países da região a reconstruir o enclave palestiniano.

"Outras pessoas podem fazê-lo sob os nossos auspícios, mas estamos empenhados em possuí-la, tomá-la e garantir que o [movimento islamita palestiniano] Hamas não a reocupa", acrescentou Trump.

Imigração no centro do debate

Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda, e Friedrich Merz, líder da CDU, de centro-direita, também discutiram questões internas importantes, como a imigração, o avanço da extrema-direita e as dificuldades atravessadas pela economia alemã.

Além da discussão em torno do partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD), o tema da entrada de pessoas no país dominou boa parte dos 90 minutos de debate.

Eleições antecipadas: Alemanha enfrenta grandes desafios

Merz pressionou o chanceler sobre a política migratória do governo e mencionou o sentimento de insegurança após os ataques levados a cabo por requerentes de asilo no país, como o ocorrido em janeiro na cidade de Aschaffenburg. Também acusou Scholz de permitir a entrada na Alemanha de "mais de dois milhões de imigrantes irregulares".

Atualmente, a CDU/CSU lidera as sondagens, com pouco menos de 30% das intenções de voto, seguida pela AfD, com mais de 20%, e o SPD surge em terceiro lugar, com 16%. Os alemães vão às urnas no próximo dia 23 de fevereiro, em eleições antecipadas para eleger os membros do Parlamento, que escolhem o chanceler.

AP Agência de notícias
Reuters Agência de notícias
Lusa Agência de notícias