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Rússia segue interessada em negociações, mas manterá ataques

28 de agosto de 2025

A Rússia rejeitou hoje críticas da União Europeia sobre o empenho em negociações, afirmando estar interessada em procurar a paz, mas assegurou que continuará a atacar a Ucrânia até alcançar os seus objetivos.

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Instalações da Embaixada da União Europeia em Kiev foram danificadas pelo ataque russo
Instalações da Embaixada da União Europeia em Kiev foram danificadas pelo ataque russoFoto: Sergei Supinsky/AFP/Getty Images

"As forças armadas russas estão a cumprir a missão. Continuam a atacar alvos militares e paramilitares", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, após críticas da União Europeia (EU) a bombardeamentos em Kiev que causaram 14 mortos e danificaram a embaixada europeia.

"Ao mesmo tempo, a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação, a fim de alcançar os objetivos que foram fixados por meios políticos e diplomáticos", afirmou, citado pelas agências de notícias France-Presse e espanhola EFE.

Peskov disse que é o exército ucraniano que ataca a "infraestrutura pacífica" russa, referindo-se aos bombardeamentos de Kiev contra as refinarias russas que fornecem combustível à máquina de guerra de Moscovo.

"Os ataques são bem-sucedidos, os alvos são destruídos. A operação militar especial continua", acrescentou, sobre os bombardeamentos de hoje de madrugada.

O Ministério da Defesa russo disse anteriormente que visou apenas alvos militares nos bombardeamentos com 'drones' e mísseis, incluindo mísseis hipersónicos Kinzhal.

As autoridades de Kiev disseram que os ataques causaram 14 mortos, incluindo três crianças, e 48 feridos em Kiev, mas admitiram que o balanço possa ser mais grave por terem ficado pessoas sob os escombros de edifícios residenciais.

Cessar-fogo

Peskov foi questionado sobre declarações anteriores do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, a sugerir um cessar-fogo aéreo como primeiro passo para um acordo.

"Não foram alcançados acordos sobre este assunto", respondeu o porta-voz do Presidente Vladimir Putin, citado pela agência de notícias estatal russa TASS.

"Repito mais uma vez: tudo o que pode ser discutido no contexto de procurar formas de alcançar uma trajetória de acordo deve ser discutido de forma discreta", acrescentou.

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Reações aos ataques em Kiev

Os ataques danificaram cerca de uma centena de edifícios na capital ucraniana, incluindo as instaöações da UE e do British Council.

Os dirigentes da UE criticaram duramente a Rússia pelos ataques, com a representante diplomática em Kiev, Katarina Mathernova, a descrevê-los como a resposta de Moscovo aos esforços de paz.

Na mesma linha, a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, disse que "enquanto o mundo procura um caminho para a paz, a Rússia responde com mísseis".

Kallas chamou o representante russo em Bruxelas para exigir explicações e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu mais um pacote de sanções "para manter a pressão máxima sobre a Rússia".

Também o ministro de Relações Exteriores britânico, David Lammy, informou nesta quinta-feira que convocou o embaixador russo no Reino Unido, Andrei Kelin, por causa dos ataques.

"Convocamos o embaixador russo. A matança e a destruição devem cessar", disse Lammy.

Negociações de paz

Nas últimas semanas, o Presidente norte-americano, Donald Trump, reuniu-se com Putin e depois com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus para tentar encontrar uma solução para o conflito.

Dessas iniciativas saiu a possibilidade de uma cimeira entre Putin e Zelensky, que Trump disse que ia organizar, mas o entusiasmo do líder dos Estados Unidos parece ter esmorecido nos últimos dias face às posições russas.

Moscovo insiste em reivindicar, entre outras questões, os territórios que declarou como anexados, incluindo a Crimeia, que ocupou em 2014, e a exigir que a Ucrânia renuncie à adesão à NATO.

Kiev quer a retirada das tropas russas do território da Ucrânia, incluindo da Crimeia, e garantias de segurança dos aliados ocidentais para prevenir futuras agressões de Moscovo.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho e mergulhou a Europa no pior conflito armado no continente desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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Lusa Agência de notícias