Rússia rejeita proposta de cessar-fogo de 30 dias
12 de maio de 2025O Kremlin classificou de "inaceitável" o ultimato feito por Kiev e pelos aliados europeus para que Moscovo aceite um cessar-fogo de 30 dias antes das negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, pedindo "negociações sérias".
"A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia. Não é apropriada. Não podem falar com a Rússia dessa forma", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.
Peskov exigiu "negociações sérias" para chegar a uma solução para o conflito na Ucrânia e a uma paz a longo prazo, após a proposta do Presidente russo, Vladimir Putin, para organizar conversações diretas entre russos e ucranianos em Istambul, na quinta-feira.
"Estamos prontos para procurar seriamente formas de uma solução pacífica a longo prazo", explicou Peskov, no seu 'briefing' diário à imprensa.
O porta-voz do Kremlin nada comentou sobre a proposta do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de se reunir com Vladimir Putin pessoalmente em Istambul, o que aconteceria pela primeira vez desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
No fim de semana, Kiev e os seus aliados europeus exigiram um cessar-fogo "completo e incondicional" de 30 dias, a partir desta segunda-feira.
O ultimato foi seguido, algumas horas depois, de uma proposta da presidência russa, na qual Moscovo apelou a uma reunião entre os representantes dos dois países em guerra na quinta-feira, 15 de maio, em Istambul, Turquia.
Os aliados europeus da Ucrânia reagiram com desconfiança à proposta de Moscovo, referindo que quaisquer conversações devem ser precedidas por um cessar-fogo duradouro.
Para a tarde de hoje, está prevista uma reunião sobre esta proposta de tréguas entre ucranianos e diversos líderes europeus, de acordo com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
Preparativos para novas sanções
Mais cedo, esta segunda-feira, o Governo alemão alertou a Rússia que "o tempo está a esgotar-se". Se Moscovo não concordar com um cessar-fogo "completo e incondicional" de 30 dias até ao final de hoje, os europeus vão continuar "os preparativos" para novas sanções contra a Rússia, disse Stefan Kornelius, porta-voz do novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Friedrich Merz, numa conferência de imprensa realizada em Berlim.