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Rússia acusa Ucrânia de atacar instalação nuclear em Kursk

24 de agosto de 2025

A Rússia acusa a Ucrânia de ataque com drones que causou incêndio numa central nuclear em Kursk, no dia em que os ucranianos celebram 34 anos de independência.

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Central nuclear de Kursk
Rússia acusa Ucrânia de atacar instalação nuclear em KurskFoto: Yegor Aleyev/TASS/IMAGO

As autoridades russas afirmaram que várias instalações de energia foram alvo dos ataques durante a noite de sábado para domingo. 

 O incêndio na instalação nuclear foi rapidamente extinto, sem que fossem registados feridos, de acordo com o serviço de imprensa da central no Telegram. Embora o ataque tenha danificado um transformador, os níveis de radiação permaneceram dentro dos limites normais.

 A agência nuclear das Nações Unidas disse estar ciente das notícias de que um transformador nas instalações se tinha incendiado "devido a atividades militares", mas não recebeu confirmação independente. O seu diretor-geral, Rafael Mariano Grossi, afirmou que "todas as instalações nucleares devem ser protegidas em todos os momentos".

A Ucrânia não comentou imediatamente o alegado ataque. Os bombeiros também responderam a um incêndio no porto de Ust-Luga, na região de Leningrado, na Rússia, onde se encontra um importante terminal de exportação de combustível. O governador regional disse que aproximadamente 10 drones ucranianos foram abatidos, com os destroços a provocarem o incêndio.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as suas defesas aéreas intercetaram 95 drones ucranianos sobre o território russo durante a noite de sábado para domingo.

Armas de fabrico ucraniano

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky,  esclareceu hoje que a Ucrânia utiliza apenas armas de produção nacional para os seus ataques com mísseis de longo alcance na Rússia, após ter sido noticiado que Washington vetou o uso de armas suas.

Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano
Volodymyr Zelensky discursando por ocasião da passagem do 34º aniversário da independência da UcrâniaFoto: Sean Kilpatrick/The Canadian Press/AP Photo/picture alliance

"Hoje, para ser honesto, estamos a utilizar as nossas armas de longo alcance de produção nacional. E recentemente, para ser honesto, não discutimos estas questões com os Estados Unidos", disse Zelensky.

O The Wall Street Journal noticiou no sábado que Washington vetou o uso de armas feitas nos Estados Unidos em ataques de longo alcance em território russo feitos pela Ucrânia.

"Houve uma altura em que havia sinais diferentes [de Washington] sobre os nossos ataques de retaliação aos ataques [russos] ao setor energético", reconheceu Zelensky em declarações citadas pela agência noticiosa Ukrinform e pela agência France-Presse (AFP).

Contraofensiva

A Rússia disparou 72 drones juntamente com um míssil de cruzeiro, contra a Ucrânia durante a madrugada de hoje, informou a Força Aérea ucraniana. Destes, 48 drones foram abatidos.

Os incidentes ocorreram no dia em que Ucrânia comemora a independência da União Soviética em 1991. O Presidente Volodymyr Zelensky fez um discurso em vídeo na Praça da Independência de Kiev, enfatizando a determinação da nação.

"Estamos a construir uma Ucrânia que terá força e poder suficientes para viver em segurança e paz", disse Zelenskyy, apelando para uma "paz justa".

 O enviado especial dos EUA, Keith Kellogg, esteve presente nas comemorações do dia da independência em Kiev, durante as quais Zelensky lhe concedeu a Ordem de Mérito Ucraniana, de 1.º grau.

Mais ajudas para Ucrânia

O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, chegou a Kiev hoje de manhã para reuniões com Zelenskyy.

Numa conferência de imprensa conjunta com Zelensky, Carney disse que o Canadá investirá 2 mil milhões de dólares canadianos (1,24 mil milhões de euros) numa nova assistência militar à Ucrânia para reforçar o seu exército e fornecer armas necessárias.

Mark Carney, Primeiro-Ministro do Canadá
Mark Carney, Primeiro-Ministro do Canadá um dos presentes nas comemorações do dia da independência da UcrâniaFoto: Sean Kilpatrick/ZUMA/IMAGO

Zelenskyy disse que os dois líderes estavam a considerar a presença de forças canadianas no terreno na Ucrânia como parte de uma força de segurança.

A Noruega anunciou hoje também uma nova ajuda militar significativa, prometendo cerca de 7 mil milhões de coroas (598 milhões de euros) para sistemas de defesa aérea.

O primeiro-ministro Jonas Gahr Store disse que a Noruega e a Alemanha estão a financiar conjuntamente dois sistemas Patriot, incluindo mísseis, com a Noruega também a ajudar na aquisição de radares de defesa aérea.

O Papa Leão XIV rezou no hoje pela paz na Ucrânia, ao assinalar o dia da independência do país com um apelo especial durante a sua bênção semanal ao meio-dia. 

 Entretanto, os combates continuaram na linha da frente no leste da Ucrânia, onde a Rússia afirmou no sábado que as suas forças tinham tomado duas aldeias na região de Donetsk.

O Ministério da Defesa da Rússia disse hoje que 146 militares russos foram devolvidos pela Ucrânia, em troca do mesmo número de militares ucranianos.

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Lusa Agência de notícias
AFP Agência de notícias