"Putin e Kim Jong-un em Pequim desafiam ordem internacional"
3 de setembro de 2025"Hoje, a humanidade depara-se com a escolha entre a paz ou a guerra, o diálogo ou o confronto". O alerta é do Presidente chinês. Com doze mil soldados, mais de 100 aeronaves e centenas de equipamentos militares terrestres, a China assinalou os 80 anos da derrota do Japão no final da Segunda Guerra Mundial.
Xi Jinping chegou, esta quarta-feira (03.09), a Pequim, acompanhado pelo homólogo russo, Vladimir Putin, e pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un para o início da parada militar. Na sua intervenção sublinhou que o povo chinês "está firmemente do lado certo da história".
A cerimónia, que serviu para exibir o poderio militar chinês, não contou com a presença de líderes ocidentais de relevo, mas já surgiram reações.
Kaja Kallas, Alta‑representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, alertou que o encontro "não é apenas simbólico ou antiocidental", mas um "desafio direto ao sistema internacional baseado em regras".
"Olhando para o Presidente Xi ao lado dos líderes da Rússia, Irão e Coreia do Norte hoje em Pequim, não se trata apenas de uma imagem antiocidental. É um desafio direto ao sistema internacional baseado em regras", afirmou no início de uma conferência de imprensa, em Bruxelas, da Comissão Europeia, acrescentando que "não é apenas simbólico; a guerra da Rússia na Ucrânia está a ser sustentada pelo apoio chinês. Estas são realidades que a Europa precisa de enfrentar".
Conspiração contra os EUA?
Também Donald Trump criticou, nas redes sociais, a ausência de reconhecimento por parte da China ao contributo dos soldados norte-americanos na Segunda Guerra Mundial. Sugeriu ainda que os presidentes estariam a "conspirar contra os Estados Unidos".
Em reação, Vladimir Putin afirmou, no final de sua visita à China, que o Presidente norte-americano "tem sentido de humor".Acrescentou que todos os países com quem a Rússia manteve conversações na China "apoiaram a cimeira no Alasca" e mostraram esperança de que as negociações possam contribuir para o fim da guerra na Ucrânia.
"Sem exceção, todos os meus interlocutores apoiaram o nosso encontro em Anchorage. E todos expressaram a esperança de que a posição do Presidente Trump, a posição da Rússia e a dos restantes participantes nas negociações conduzam ao fim do conflito armado", vincou Putin.
Ainda em Pequim, Kim Jong-Un prometeu continuar a apoiar Vladimir Putin,recordando o envio de tropas norte-coreanas para ajudar na defesa da região russa de Kursk. Por sua vez, Putin destacou que as relações entre a Rússia e a Coreia do Norte são há muito tempo "fiáveis, amigáveis e entre aliados".