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ConflitosRepública Democrática do Congo

Rebeldes do M23 dizem ter tomado o controlo de Goma

27 de janeiro de 2025

O grupo rebelde M23, apoiado pelo Ruanda, capturou Goma, no leste da RDC. A cidade, com mais de 1 milhão de habitantes, enfrenta uma grave crise humanitária. A ONU e líderes regionais apelam à paz urgente.

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Soldados do M23 em Goma
Soldados do M23 patrulham as ruas de Goma enquanto a população, sob tensão, lida com os impactos da captura da cidade.Foto: Jospin Mwisha/AFP

O grupo armado rebelde M23, apoiado pelo Ruanda, disse ter capturado esta manhã a cidade de Goma, a capital regional do Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDCongo).

Num comunicado de imprensa, o M23 pediu aos residentes de Goma que se mantivessem calmos.

A cidade tem uma população de um milhão de habitantes e pelo menos o mesmo número de deslocados devido ao conflito entre os rebeldes e o exército congolês.

A captura de Goma ocorreu após um período de 48 horas imposto pelo M23 para que o exército da RDCongo depusesse as armas.

Algumas unidades do exército tinham começado a render-se, entregando as armas às forças de manutenção da paz da ONU em Goma, disse o exército do Uruguai, em comunicado.

A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), que inclui soldados uruguaios, esteve envolvida na luta contra o M23 ao lado do exército congolês.

O Governo da RDCongo não fez até ao momento qualquer comentário sobre a alegada captura de Goma pelos rebeldes.

O conflito entre o M23, apoiado por três mil a quatro mil soldados do Ruanda, segundo a ONU, e o Exército congolês dura há mais de três anos.

Soldados ruandeses e combatentes do M23 já tinham entrado na cidade de Goma no domingo, de acordo com várias fontes da ONU e das forças de segurança.

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Apelos à paz intensificam-se

A Comunidade da África Oriental vai realizar, no espaço de 48 horas, uma cimeira extraordinária que vai juntar os presidentes da República Democrática do Congo e do Ruanda para discutir a crise no Este congolês, anunciou no domingo a presidência queniana.

Numa publicação na rede social X, o Presidente da República do Quénia, William Ruto, que preside atualmente à Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês), apelou às partes do Processo de Luanda e aos presidentes da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, "para que oiçam este apelo para a paz feito pelas populações da região e pela comunidade internacional".

Ruto apelou a uma "imediata e incondicional cessação de hostilidades".

Uma mediação entre a RDCongo e o Ruanda sob a égide de Angola falhou em dezembro devido à falta de consenso sobre as condições de um acordo.

A RDCongo acusa o Ruanda de querer apoderar-se das riquezas do leste do país, algo que Kigali nega.

A diplomacia congolesa pediu no domingo ao Conselho de Segurança da ONU para impor sanções políticas e económicas contra o Ruanda.

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados disse que o agravar dos combates deslocou 400 mil pessoas nas últimas três semanas, juntando-se aos mais de quatro milhões de deslocados que já se encontram em "condições deploráveis" no leste do país.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou no domingo ao Ruanda para se retirar de território congolês e retirar o apoio ao M23.

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Lusa Agência de notícias