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RDC: Tshisekedi reuniu-se em Luanda com João Lourenço

26 de março de 2025

O Presidente angolano recebeu hoje, em Luanda, o seu homólogo da República Democrática do Congo, três dias depois de anunciar que iria abandonar o papel de mediador no conflito que prossegue no leste da RDCongo.

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João Lourenço e Félix Tshisekedi
Foto: Amanuel Sileshi/Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images

Segundo a agência de notícias angolana, Angop, que cita o ministro das Relações Exteriores, Téte António, os dois chefes de Estado reiteraram a boa relação entre os dois países e concordaram em manter "consultas regulares", no âmbito da presidência rotativa da União Africana (UA), atualmente assumida por Angola.

Na véspera do encontro, João Lourenço foi questionado, durante uma visita à Lunda Sul, sobre a decisão de abandonar a mediação do conflito entre a RDCongo e o movimento rebelde M23, afirmando que não foi "sinal de inimizade com absolutamente ninguém".

No anúncio da decisão, segunda-feira (24.03), a Presidência angolana justificou que pretendia concentrar-se nas prioridades definidas pela União Africana. 

RDCongo - Ruanda | Paul Kagame e Felix Tshisekedi em Doha
Paul Kagame, Presidente do Ruanda (esq.), e Félix Tshisekedi, Presidente da RDC (dir.), em Doha, num encontro com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al ThaniFoto: MOFA QATAR/AFP

"Problemas africanos deveriam ter solução africana"

O fim da mediação angolana ocorreu depois de, na semana passada, os Presidentes da RDCongo e do Ruanda, Félix Tshisekedi e Paul Kagame, respetivamente, se reunirem em Doha com o emir do Qatar, para discutir o conflito que opõe as forças governamentais ao Movimento 23 de Março (M23), apoiado pelo Ruanda (segundo a ONU e países como os Estados Unidos, Alemanha e França).

Nesse mesmo dia 18 de março era esperada em Luanda uma primeira ronda de conversações entre o M23 e uma delegação da RDCongo, "ação abortada in extremis por um conjunto de fatores, entre eles alguns externos e estranhos ao processo africano que decorria", segundo um comunicado da Presidência angolana.

Asurpresa face ao sucedido foi manifestada pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, citado pelo Jornal de Angola, que considerou que "todos os esforços para a resolução de conflitos são bem-vindos", mas, observou, os problemas africanos deveriam ter solução africana.

A atividade armada do M23 - um grupo constituído principalmente por tutsis vítimas do genocídio ruandês de 1994 - recomeçou em novembro de 2021 com ataques contra o Exército governamental no Kivu do Norte, tendo avançado em várias frentes e ameaçando escalar para uma guerra regional.

À lupa: A teia de interesses no conflito na RDC

Lusa Agência de notícias
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