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ConflitosRepública Democrática do Congo

RDC: Rebeldes apoiados pelo Ruanda mataram dezenas de civis

nn | com agências
9 de agosto de 2025

Os rebeldes apoiados pelo Ruanda mataram, nas últimas semanas, pelo menos 80 pessoas no leste RDC. Exército "condena veementemente" o que chama de "assassínios em massa".

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Conflito no leste da RDC provoca milhares de deslocados na região
O Congo é há muito assolado por um conflito mortal na zona leste do país, rica em minerais, com mais de 100 grupos armados ativosFoto: Alexis Huguet/AFP/Getty Images

Os rebeldes apoiados pelo Ruanda mataram, nas últimas semanas, pelo menos 80 pessoas no leste da República Democrática do Congo (RDC), denunciaram as autoridades congolesas, apesar do processo de paz liderado pelo Qatar para pôr fim ao conflito.

Num comunicado divulgado na sexta-feira à noite (08.08), o exército da RDC "condena veementemente uma série de assassínios em massa de civis pela coligação RDF/M23-AFC" em Kivu do Sul, incluindo 80 pessoas na segunda-feira (04 de agosto) na aldeia de Nyaborongo, e seis civis, incluindo dois menores, no dia 24 de julho, na aldeia de Lumbishi.

"Além desta criminalidade excessiva, o M23 [movimento rebelde da República Democrática do Congo] está envolvido no recrutamento forçado de jovens, incluindo menores, para se juntarem à sua organização ilegal", referiu o exército.

A violência contínua pode ameaçar os esforços liderados pelo Qatar para que a RDC e os rebeldes assinem um acordo de paz permanente até 18 de agosto. Uma das condições do acordo é a proteção dos civis e o regresso em segurança de milhões de pessoas deslocadas pelo conflito.

Não houve comentários imediatos do grupo rebelde M23 ao comunicado do exército da RDC.

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No início de agosto, o responsável pelos direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o M23 matou 319 pessoas no último mês (julho) noutra parte da região, descrevendo o número de vítimas como um dos maiores já documentados em ataques deste tipo desde que os rebeldes ressurgiram em 2022.

Citando relatos em primeira mão, em comunicado, o responsável pelos direitos humanos da ONU, Volker Türk, afirmou que os rebeldes, apoiados por membros da Força de Defesa do Ruanda, atacaram quatro aldeias no território de Rutshuru, na província de Kivu do Norte, entre 09 e 21 de julho.

O M23 negou as acusações e classificou a declaração da ONU como "não verificada e politicamente motivada".

"Estas alegações constituem uma manipulação flagrante dos factos, uma violação dos princípios básicos de imparcialidade e um sério ataque à credibilidade das instituições da ONU", afirmou Lawrence Kanyuka, porta-voz da Aliança do Rio Congo, organização que inclui o M23. "Pedimos a abertura de uma investigação independente e esperamos que as organizações que publicaram este relatório possam participar nela", reclamou.

No início deste ano, o M23 tomou duas cidades importantes no leste da RDC, numa grande escalada com a ajuda das forças vizinhas ruandesas. O Congo é há muito assolado por um conflito mortal na zona leste do país, rica em minerais, com mais de 100 grupos armados ativos.

Em 19 de julho, as duas partes assinaram uma declaração de princípios no Qatar para pôr fim aos combates e comprometer-se com um acordo de paz abrangente que incluiria a restauração das autoridades estatais nas principais cidades do leste controladas pelos rebeldes.

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