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Centenas saem às ruas de Luanda contra alto custo de vida

DW (Deutsche Welle) | bd | tm | António Ambrósio | Borralho Ndomba
26 de julho de 2025

Acompanhe a seguir um resumo dos principais momentos do protesto contra o aumento do custo de vida em Angola, a partir da capital, Luanda, na cobertura dos repórteres da DW África, Borralho Ndomna e António Ambrósio.

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Angola Luanda 2025 | Demonstranten versammeln sich zu Protesten gegen hohe Lebenshaltungskosten
Foto: Julio Pacheco Ntela/AFP

Angolanos saíram às ruas de Luanda, este sábado (26.07), para protestar contra o aumento extremo do custo de vida, tendo especial foco o aumento dos preços dos combustíveis e dos transportes públicos, com a capital angolana a viver dias de tensão.

A manifestação promovida pelo Movimento contra a Subida do Preço dos Combustíveis teve o apoio de diversos setores da sociedade, incluindo taxistas, zungueiras e pessoas com deficiência. Um manifesto foi veiculado pelos organizadores, com os principais pontos de reinvidicação.

O que exigem os manifestantes?

• Reajuste justo dos preços dos combustíveis e dos táxis

• Consulta pública antes de decisões sobre subsídios

• Auditoria e transparência nas políticas de preços

• Libertação dos ativistas Osvaldo Kaholo e Gonçalves Frederico.

Um forte aparato policial foi montado durate os protestos, com quatro barricadas ao longo da via
Um forte aparato policial foi montado durate os protestos, com quatro barricadas ao longo da viaFoto: Julio Pacheco Ntela/AFP

Manifestaçãoes continuam

Até o encerramento da cobertura da DW, não houve registo de uso de gás lacrimogénio nem ações de violência deliberada por parte da polícia contra os manifestantes. 

As organizações, porém, prometem manter-se no Largo da Independência até à meia-noite, apesar da forte presença policial.

Ao longo do percurso, enretanto, um forte aparato policial foi montado, com quatro barricadas. Durante a marcha, os manifestantens conseguiram furar as primeiras barreiras da polícia. Um cidadão, impedido de passar, comoveu ao apelar à polícia "fiquem do nosso lado, mano".

Os manifestantes seguiram o protesto ao som da música "Povo no Poder", do falecido rapper moçambicano Azagaia. 

Além de manifestarem insatisfação com aumento dos preços, pediram a libertação dos ativistas Gonçalves Frederico e Osvaldo Kaholo, detidos. 

Mudança de percurso e repressão policial

O organizador do protesto deste sábado, Dago Nível, disse à DW que a marcha, inicialmente prevista para seguir da Santana até ao Largo do Soweto/Makarenko, teve de ser desviada. Segundo ele, o governo provincial alegou que já havia outra atividade marcada para o local — uma decisão que os organizadores consideraram uma manobra para inviabilizar o protesto.

"Percebemos que há uma estratégia para confundir e desmobilizar a nossa marcha”, afirmou Dago Nível, sublinhando que a alteração foi feita para evitar confrontos e garantir a realização pacífica do ato.

Apesar da forte presença policial no Largo da Independência, os manifestantes prometem permanecer até à meia-noite. A polícia começou a restringir a presença da imprensa no local, o que aumentou ainda mais a tensão.

Cidadãos manifestam descontentamento

Osvaldo Nunes, cidadão com deficiência, expressou o seu descontentamento. "A subida do preço da gasolina e do táxi afeta-nos profundamente. Já sofremos com a falta de acessibilidade e agora nem conseguimos sair de casa. Precisamos mostrar o nosso descontentamento", disse.

Também as zungueiras, mulheres que dependem do comércio informal, expuseram suas dificuldades diárias: "As crianças estão a morrer de fome. Não conseguimos vender. A alimentação está péssima e os preços estão altíssimos. Pedimos ao governo que baixe os preços. A situação está insustentável", disse uma vendedora ouvida pela DW em Luanda.

Angola, Luanda 2025 | Manifestante com cartaz durante protestos contra o alto custo de vida.
Manifestante com cartaz durante protestos contra o alto custo de vida.Foto: Julio Pacheco Ntela/AFP

Paralisação geral de Táxis

Está marcada uma paralisação geral de táxis de segunda (28.07) a quarta-feira (30.07), o que deverá aumentar ainda mais a pressão sobre o Governo de João Lourenço.

Última atualização às 17h15 (UTC - Tempo Universal coordenado)