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PolíticaGuiné-Conacri

Guiné-Conacri: Líder do Governo anuncia eleições em dezembro

13 de maio de 2025

O primeiro-ministro da Guiné-Conacri, Amadou Bah Oury, cujo país é governado por uma junta militar desde 2021, anunciou que o país da África Ocidental vai realizar eleições presidenciais e legislativas em dezembro.

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Amadou Oury Bah, primeiro-ministro da Guiné-Conacri
"O referendo constitucional será realizado a 21 de setembro", anunciou Amadou Oury Bah, primeiro-ministro da Guiné-ConacriFoto: Stephane Lemouton/Bestimage/IMAGO

Amadou Bah Oury fez o anúncio na segunda-feira (12.05), em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim, no fórum empresarial Africa CEO, noticiaram os meios de comunicação guineenses ao final do dia.

A junta militar da Guiné-Conacri, liderada pelo general Mamadi Doumbouya, que chegou ao poder após um golpe em setembro de 2021, anunciou no mês passado que iria fazer um referendo sobre uma nova constituição a 21 de setembro como passo preliminar para o regresso do país ao regime democrático.

"O referendo constitucional será realizado a 21 de setembro, e as eleições legislativas e presidenciais serão feitas em dezembro", declarou o primeiro-ministro em Abidjan.

No entanto, ainda não existe nenhum decreto presidencial que ratifique a realização das eleições, como aconteceu com o referendo, o que levanta dúvidas sobre a condução do processo eleitoral, segundo os meios de comunicação locais.

"Ano eleitoral crucial"

Doumbouya anunciou no seu discurso de Ano Novo, a 31 de dezembro, que 2025 seria "um ano eleitoral crucial para completar o regresso à ordem constitucional", mas não deu datas específicas.

O general chegou ao poder num golpe apoiado pelo Grupo de Forças Especiais do Exército, que derrubou o então presidente Alpha Condé, que governava desde 2010 depois de se ter candidatado a um polémico terceiro mandato em outubro de 2020, um mandato proibido pela Constituição guineense.

"Não haverá caça às bruxas", promete coronel Doumbouya

Doumbouya argumentou na altura que o golpe tinha como objetivo criar as condições para o desenvolvimento de um Estado governado pelo Estado de direito e, em outubro de 2022, acordou com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) uma transição de dois anos antes de devolver o poder a um governo civil, mas este prazo não foi cumprido.

No entanto, a repressão da dissidência só aumentou nos últimos meses no país, onde um tribunal condenou o líder da oposição Aliou Bah a dois anos de prisão em janeiro passado por "ofensa e difamação" contra Doumbouya por ter criticado o Comité Nacional para a Reconciliação e Desenvolvimento (CNRD, o nome da junta).

Em fevereiro, a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou também que as autoridades militares da Guiné reprimiram a oposição, os meios de comunicação social e a sociedade civil desde que assumiram o poder.

A Guiné-Conacri é um dos países mais pobres do mundo, mas tem um potencial significativo na mineração, hidráulica e agricultura.

As suas reservas de bauxite - matéria-prima para a produção de alumínio - estão entre as maiores do planeta. 

Lusa Agência de notícias