Daniel Chapo recebe garantias de investimentos sul-africanos
4 de março de 2025"Recebemos, através do Presidente Ramaphosa, a garantia de continuidade dos investimentos sul-africanos em Moçambique, bem como a certeza de que os nossos laços históricos vão sempre priorizar o bem-estar dos nossos povos", lê-se na mensagem do Presidente moçambicano publicada, esta terça-feira, na sua página oficial do Facebook.
Em declarações à comunicação social após a visita, Daniel Chapo disse que Moçambique e a África do Sul vão trabalhar para materializar uma "paragem única" no corredor de Maputo, no quadro do transporte de mercadorias entre Maputo e a fronteira do Ressano Garcia, a maior terrestre que liga os dois países.
"A nossa ideia é que teremos uma paragem única e já estamos a trabalhar nisso porque, como sabem, temos tido muitos camiões que saem da África do Sul para o porto de Maputo, mas também de Maputo para África do Sul e estes camiões às vezes levam muito tempo. Então, queremos ter uma paragem única para flexibilizar os negócios entre os dois países", disse Daniel Chapo, indicando igualmente que foram discutidas questões políticas, comerciais e diplomáticas entre os dois países.
"Nova página" na cooperação
Já o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, destacou a importância de "uma nova página" na cooperação entre os dois países, apontando para os domínios de política, diplomacia e economia e na criação de uma estabilidade em Moçambique após as eleições gerais de 09 de outubro.
Na sua intervenção, apontou a discussão de vários projetos de cooperação económica, destacando a "implementação de postos de fronteira eficazes e eficientes" que irão facilitar o comércio entre os dois países e impulsionar a geração de empregos para jovens.
A visita de Chapo à África do Sul, país vizinho e com o qual Moçambique tem fortes e históricas relações, ocorre numa altura em que as manifestações pós-eleitorais continuam entre os principais temas no país.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
O Presidente sul-africano, que esteve entre os dois únicos chefes de Estado que assistiram à cerimónia de investidura de Chapo, em 15 de janeiro, defendeu, em janeiro, soluções pacíficas para a crise pós-eleitoral no país, admitindo que a instabilidade em Moçambique afeta também a África do Sul.