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Liberdade de imprensaGuiné-Bissau

Sissoco recusa explicar expulsão da Lusa, RTP e RDP

Lusa | nn
17 de agosto de 2025

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, escusou-se a explicar os motivos da expulsão dos órgãos de comunicação social portugueses. "Não vou falar nada sobre Portugal em Cabo Verde".

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Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau, numa foto de fevereiro de 2025
O Governo da Guiné-Bissau decidiu expulsar do país as delegações da agência Lusa, da RTP África e da RDP África, com a suspensão das emissões e a determinação de os representantes destes órgãos de comunicação social deixarem o país até terça-feiraFoto: Kristina Kormilitsyna/REUTERS

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, escusou-se este domingo (17.08), em Cabo Verde, a explicar os motivos da expulsão dos órgãos de comunicação social portugueses, justificando que o problema é entre a Guiné-Bissau e Portugal.

"É um problema da Guiné-Bissau com Portugal, não é com Cabo Verde. Não vou responder a isso", disse o Presidente guineense quando questionado pelos jornalistas, no palácio do Governo, na cidade da Praia. 

O Governo da Guiné-Bissau decidiu na sexta-feira expulsar as delegações da agência Lusa, da RTP e da RDP do país, suspender as suas emissões com efeitos imediatos e ordenar aos seus representantes que deixem o país até terça-feira. Não foram avançadas razões para esta decisão.

"Não vou falar nada sobre Portugal em Cabo Verde", reforçou Sissoco Embaló.

Perante a insistência dos jornalistas sobre a liberdade de expressão e imprensa ser um valor universal, Sissoco Embaló rejeitou que estes valores estejam em causa na Guiné-Bissau.

"Podem ir à Guiné-Bissau e ver se está interditada a liberdade de expressão. Façam-me essa pergunta na Guiné-Bissau", disse.

O Presidente da Guiné-Bissau chegou este domingo a Cabo Verde para uma visita destinada a manifestar solidariedade aos cabo-verdianos após a tempestade que atingiu a ilha de São Vicente, a 11 de agosto, provocando nove mortos e mais de duas centenas de desalojados, além da destruição de casas, estradas e infraestruturas de abastecimento de água e energia.

A visita, que esteve inicialmente prevista para sexta-feira (15.08), foi adiada para hoje devido a uma avaria no avião que iria transportar o Presidente guineense, de acordo com informações das autoridades cabo-verdianas.

O chefe de Estado guineense foi recebido no Palácio do Governo pelo primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva.

Também a visita que o Presidente da Guiné-Bissau tinha agendada para segunda-feira (18.08) à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, foi adiada.

A Guiné-Bissau detém atualmente a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que assumiu na cimeira da organização em 18 de julho, na capital guineense.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português repudiou a expulsão dos representantes dos órgãos de comunicação social portugueses, que classificou como "altamente censurável e injustificável", e manifestou a intenção de pedir explicações ao Governo guineense. 

Lusa Agência de notícias